Bolsa cai 0,39% após três dias de alta; dólar sobe 1,47%, a R$ 5,449
Após três dias de alta, o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores brasileira, fechou em queda hoje (4). O índice caiu 0,39% aos 119.260,82 pontos.
As ações da Braskem lideraram os ganhos na Bolsa, com 3,26% de alta. Na outra ponta, os papéis da B2W caíram 4,31%.
Ontem (3), o índice subiu 1,26% aos 119.724,72 pontos.
Já o dólar comercial fechou hoje (4) em alta de 1,47% ante o real, cotado a R$ 5,449 na venda, tendo o seu segundo dia consecutivo de valorização. Ontem, a moeda norte-americana subiu 0,29% ante o real, cotado a R$ 5,370 na venda.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Os agentes do mercado repercutiram dados dos EUA e as possibilidades políticas no Brasil. Dados de emprego mostraram um aumento na criação de vagas nos EUA, enquanto outros índices apontaram que a atividade do setor de serviços atingiu seu nível mais alto em quase dois anos em janeiro.
Os dados positivos vieram em meio à busca de aprovação de mais US$ 1,9 trilhão em estímulo econômico por parte dos democratas dos EUA. O Congresso norte-americano, controlado pelo partido Democrata, avançou na quarta-feira com uma manobra para aprovar um pacote de alívio do presidente Joe Biden sem apoio republicano.
Já no Brasil, o cenário político e econômico dominava a atenção dos mercados depois que o presidente Jair Bolsonaro entregou aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a lista de projetos prioritários do governo. O documento incluiu medidas como a reforma tributária e administrativa, além de privatizações e autonomia do Banco Central.
A semana tem sido marcada pela reação positiva dos mercados ao cenário político em Brasília, com a eleição de uma liderança alinhada ao governo no Congresso sendo vista como potencial impulso para a agenda de Bolsonaro.
Os investidores também seguem atentos com as condições da dívida pública. Em ano marcado por explosão das despesas governamentais e encolhimento da arrecadação tributária diante do baque da pandemia da covid-19, o rombo fiscal do setor público atingiu patamares sem precedentes em 2020, e a dívida pública bateu recorde, a 89,3% do PIB.
Diante desse cenário, um dos principais pontos de cautela para os investidores é a prorrogação do auxílio emergencial em resposta à covid-19, com temores de que esses gastos estressem ainda mais a situação fiscal doméstica. Os novos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado comprometeram-se na quarta-feira a avaliar uma forma de retomar o auxílio emergencial, respeitando o teto de gastos.
(Com Reuters)