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AM 'fez lição de casa', mas situação é 'fora do comum', diz governador

"O que está acontecendo aqui é algo excepcional, extraordinário", lamentou o governador Wilson Lima (PSC) - Sandro Pereira/Fotoarena/Estadão Conteúdo
"O que está acontecendo aqui é algo excepcional, extraordinário", lamentou o governador Wilson Lima (PSC) Imagem: Sandro Pereira/Fotoarena/Estadão Conteúdo
do UOL

Do UOL, em São Paulo

14/01/2021 21h11Atualizada em 14/01/2021 21h36

Com o Amazonas à beira de um colapso na saúde, o governador Wilson Lima (PSC) disse hoje que o estado "fez sua lição de casa" durante a primeira onda de infecções pelo coronavírus, entre abril e maio, mas agora a situação é "fora do comum". Segundo ele, o governo foi surpreendido com o aumento de casos de covid-19 nas últimas semanas.

"O que está acontecendo aqui é algo excepcional, extraordinário. E, para completar, ainda temos casos de reinfecção. A nossa situação hoje é muito delicada, em razão da falta de oxigênio", disse o governador em entrevista à CNN Brasil. "[Durante a primeira onda] Nós estávamos preparamos dentro daquela perspectiva que vivemos, mas o que está acontecendo agora é algo fora do comum."

O número de internações no Amazonas, de acordo com Lima, mais do que dobrou em relação às registradas no pico da pandemia, em abril e maio do ano passado. À época, o estado levou 30 dias para dobrar a utilização de cilindros de oxigênio nos hospitais; agora, o consumo quadruplicou em menos de 15 dias.

Era uma coisa que a gente não previa. Fomos surpreendidos com o aumento excepcional do aumento de infectados pela covid-19. Governador Wilson Lima (PSC), sobre o colapso no Amazonas

Questionado se a situação atual era uma "tragédia anunciada", o governador reforçou ter feito o que estava a seu alcance e disse ter aprendido a lição com a primeira onda. Ele não respondeu se estava arrependido por ceder à pressão dos protestos em Manaus e suspender um decreto estadual que previa o fechamento do comércio não essencial, no fim do ano passado.

"Naquele momento em que baixei o decreto com as restrições, nos tínhamos informações de que chegaríamos a uma situação complicada de aumento de casos de covid-19. E aí toda a imprensa nacional acompanhou a pressão popular, as aglomerações que se formaram — quando o nosso objetivo era dispersar essas pessoas, evitar a aglomeração. Acabou causando o efeito contrário", admitiu Lima.

"Todas as decisões que tomamos foram baseadas em dados científicos, mas levando em consideração o clamor das pessoas e as vozes das ruas", acrescentou.

Falta de oxigênio

Também acompanhando a grave situação no Amazonas, o deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM) fez um alerta para a falta de cilindros de oxigênio no Amazonas. À GloboNews, ele disse ter recebido ligações de vários prefeitos do estado anunciando que, se o insumo não chegasse, "pessoas começariam a morrer nos hospitais do interior".

Mais cedo, Ramos já havia informado que o governo brasileiro pediu à Embaixada dos Estados Unidos que disponibilize aviões da Força Aérea americana para levar cilindros de oxigênio ao estado. A Embaixada disse estar ciente do pedido e que está em contato com as autoridades brasileiras para tratar do assunto.

"Liguei para o ministro da Saúde [general Eduardo Pazuello], que me disse o seguinte: a aeronave que faria esse transporte, que era um Hércules da Força Aérea [Brasileira], estava em manutenção, e que ele havia feito uma solicitação de uma aeronave Galaxy do governo americano", explicou o parlamentar.

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