Bolsonaro elogia reforma e condiciona aumento de servidores a prefeituras
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) elogiou a proposta de reforma administrativa enviada hoje pelo governo federal ao Congresso Nacional. Durante a live semanal transmitida ao vivo em seus canais oficiais, o chefe do Executivo associou a quantidade de gastos com servidores públicos a um suposto aumento na demanda de funcionários por parte das prefeituras.
"É que o quadro de servidores encheu muito no Brasil. Alguns prefeitos, no passado, mais que dobraram o efetivo de servidores e a conta é alta para pagar, não tem dinheiro para nada. É o caso do governo federal, o que mais pesa para nós é previdência e servidor", declarou o presidente.
A proposta enviada ao Congresso não afeta magistrados, parlamentares, militares e membros do Ministério Público, além de não se referir aos atuais servidores. Ou seja: só será aplicável a quem entrar ingressar em órgãos públicos a partir da aprovação da reforma.
Não se aplica aos atuais servidores. Não vou entrar em detalhes. O Congresso que vai analisar e alterar"
Jair Bolsonaro
O presidente justificou que os gastos com algumas das categorias já haviam sido revisados. Como exemplo, sugeriu que os militares não apresentam benefícios distintos de outros tipos de serviço público.
"Militar, por exemplo, se alguém quiser previdência de militar, está à disposição. Não temos hora extra, não temos fundo de garantia, não temos um monte de coisas. Estabilidade é com 10 anos (de carreira) e não três."
Auxílio-emergencial
Bolsonaro afirmou que o novo valor para o auxílio-emergencial proposto pelo governo, de R$ 300, é "uma solução para ajudar os desempregados" mesmo com o país endividado. Mais cedo, ele chegou a dizer que a dívida do Brasil se aproximava de R$ 1 trilhão.
"Tem gente que acha que podemos pagar ad eternum. Foi uma solução, algo para ajudar os desempregados, porque foi uma destruição em massa essa questão de pandemia, avisei que seria assim lá atrás, em março", disse ele durante em live, em referência às críticas destinadas ao regime de lockdown adotado em outros países e ao isolamento social defendido por prefeitos e governadores.
Tinha que dar mais uma contribuição para que nossa economia pegasse"
Jair Bolsonaro
O chefe do Executivo disse que as quatro parcelas de R$ 300, que constam como a prorrogação do auxílio, foram discutidas e aprovadas junto aos presidentes da Câmara e do Senado, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o senador Davi Alcolumbe (DEM-AP).
"Não é dinheiro de imposto, é endividamento", reforçou Bolsonaro.
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