General Heleno rebate Barroso: 'Não adianta querer derrubar o presidente'
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, defendeu o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) diante das declarações de ontem do ministro do STF Luís Roberto Barroso.
Barroso disse, durante um webinário, que "a democracia vem sendo atacada pelo presidente, mas segue resiliente", além de o Brasil ter um "presidente que defende a ditadura e a tortura, e ninguém defendeu solução diferente do respeito à liberdade de expressão".
Questionado sobre a declaração, Heleno afirmou lamentar e disse que há setores da sociedade que defendem a queda do presidente, sem especificar se Barroso faz parte deste grupo.
"A gente lamenta uma declaração e não vamos encarar como provocação. A ideia é manter harmonia entre os poderes. Mas não adianta uma parte do país querer derrubar o presidente", afirmou em entrevista à rádio Bandeirantes na manhã de hoje.
"O presidente foi eleito de forma limpa. Qualquer tentativa de desilustrar essa eleição é tentativa de derrubar o presidente. É uma pretensão descabida. Tirem isso da cabeça", completou.
Em outro momento, falando sobre a comunicação entre o presidente e os ministros, Heleno acusou a imprensa de "fazer tudo para piorar" no país com a cobertura sobre o governo federal. Ele não se posicionou sobre a ameaça do presidente a um repórter no domingo (23).
"Tenho a sensação que tem jornal que não faz reunião de pauta. Pensam em 'quem podemos pegar para falar mal, como podemos piorar e falar mal do presidente da república?' e vão para a rua", disse.
Tudo certo, mesmo sem Renda Brasil
Heleno afirmou que a relação entre o presidente e o ministro da Economia, Paulo Guedes, continua saudável e com boa comunicação.
Ontem, Bolsonaro suspendeu as discussões sobre o programa Renda Brasil, feito pela equipe econômica de Guedes. O presidente afirmou que não "poderia tirar dos pobres para os paupérrimos" e pediu para reajustarem a proposta.
"O ambiente continua muito bom. O que o presidente falou ontem já era de conhecimento da equipe do Guedes. E o Guedes já disse que só sai morto. Ele é firme e quando ele sente que não tem jeito, cede. As pessoas não estão acostumadas com transparência, ontem foi um sinal disso", apontou.
O general reforçou que "não há nenhum mal-estar entre o Paulo Guedes e o presidente" e que a discussão "vai terminar bem".
"Essas campanhas para tirar o Paulo Guedes tem sérios efeitos, geram insegurança jurídica. É antipatriótico. É preciso ter um consenso nacional de parar de falar mal do país, principalmente pensando na imagem do exterior", encerrou Heleno.