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Afro-americanos cujas mortes violentas reavivaram protestos antirracistas nos EUA

26/08/2020 21h34

Kenosha, Estados Unidos, 27 Ago 2020 (AFP) - Seus nomes se tornaram um grito de raiva nos protestos que se espalham pelos Estados Unidos. São afro-americanos e suas mortes este ano das mãos da polícia ou de civis provocaram manifestações em vários países.

- Breonna Taylor -Breonna Taylor, uma técnica de emergências de 26 anos, foi abatida pela polícia em seu próprio apartamento.

Em 13 de março, três policiais à paisana entraram na casa de Taylor, na cidade de Louisville, Kentucky (Leste) com uma mandado de busca de dois supostos traficantes. Era noite.

O namorado de Taylor, que estava na cama com ela, pegou uma pistola e disparou contra os agentes. Segundo explicou mais tarde, ele acreditava que os policiais eram criminosos.

Os agentes, que não ativaram as câmeras de proteção, mataram Taylor com oito tiros. Um dos agentes ficou ferido na troca de tiros.

Os três policiais preencheram um relatório repleto de erros após a ação e foram suspensos.

Mais de cinco meses depois do incidente, nenhum dos policiais foi preso ou acusado, mas a ferida segue aberta na comunidade afro-americana de Kentucky.

- George Floyd -Este homem de 46 anos morreu asfixiado em 25 de maio durante uma detenção em Mineápolis, no estado de Minnesota, Centro-Oeste dos Estados Unidos.

Um policial branco se ajoelhou sobre o pescoço de Floyd por mais de oito minutos, ignorando as súplicas do preso, que alertou diversas vezes que não conseguia respirar.

A prisão e morte de Floyd foi filmada por cidadãos próximos, e o vídeo viralizou nas redes sociais, provocando grande comoção em todo o país.

A indignação provocou diversos protestos pelos Estados Unidos para denunciar o racismo sistêmico e a violência policial, e teve respaldo no estrangeiro, onde também foram organizadas manifestações contra os maus tratos contra as minorias étnicas.

O rosto de Floyd, que era pai de três crianças, se tornou um símbolo das marchas antirracistas nos Estados Unidos.

- Ahmaud Arbery -Este jovem de 25 anos foi assassinado a tiros em fevereiro na cidade de Brunswick, Geórgia (Sul). Ele tinha saído para correr por um bairro residencial quando dois homens brancos, um pai e seu filho, o atacaram em plena luz do dia após, segundo eles, o confundirem com um ladrão.

O escândalo explodiu após a divulgação de um vídeo do assassinato nas redes sociais no início de maio e aumentou após a comprovação de que ninguém havia sido preso dois meses depois do crime.

A indignação pública levou a uma nova investigação e à prisão de três homens: Gregory McMichael, de 64 anos, seu filho Travis, de 34, e William Bryan, de 50 anos, o autor do vídeo do assassinato.

- Jacob Blake -Um policial branco feriu gravemente no domingo Jacob Blake, de 29 anos, em Kenosha, uma cidade do estado de Wisconsin, no Centro-Oeste dos Estados Unidos.

Blake foi alvo de sete ou oito tiros pelas costas enquanto tentava entrar em seu carro, na frente dos três filhos.

Uma testemunha filmou a cena e os dois policiais que tentaram deter Blake foram suspensos.

Embora tenha sobrevivido, Blake sofreu uma lesão na medula espinhal e provavelmente ficará paralítico.

Um advogado da família garantiu que Blake havia tentado mediar uma briga doméstica entre duas mulheres.

Três meses depois da morte de Floyd, este caso provocou protestos e confrontos violentos em diversas cidades dos Estados Unidos.

Em Kenosha, duas pessoas morreram a tiros na terça-feira à noite em um deste protestos, interceptados por cidadãos armados que pretendiam evitar atos de vandalismo.

A polícia prendeu nesta quarta-feira um adolescente de 17 anos, suspeito de ser o responsável pelas mortes.

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