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54 das 69 federais já retomaram ou vão retomar aulas remotamente

Segundo Andifes, maioria das federais já voltaram ou retornarão as atividades acadêmicas remotamente - Ana Carla Bermúdez/UOL
Segundo Andifes, maioria das federais já voltaram ou retornarão as atividades acadêmicas remotamente Imagem: Ana Carla Bermúdez/UOL
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Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em São Paulo

20/08/2020 15h21Atualizada em 20/08/2020 16h56

A maioria das universidades federais do país já retornou ou vai retomar as atividades acadêmicas de forma remota, informou hoje a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior).

De acordo com a entidade, 54 das 69 universidades e institutos federais de todo o Brasil decidiram por adotar o ensino remoto ou têm data marcada para o início das aulas a distância. Segundo a Andifes, cada universidade terá seu próprio calendário. A maioria das instituições retornou em agosto, enquanto outras voltarão em setembro.

A entidade ainda não informou quais são as instituições de ensino que não têm previsão de retomada das atividades acadêmicas.

"Todas as decisões, nesse momento, são de retorno remoto. Ainda não temos decisão de retorno presencial, logicamente pela questão da prudência", disse o presidente da Andifes, Edward Madureira.

Atuação no enfrentamento à pandemia

Universidades e institutos federais de todo o país interromperam as aulas presenciais em meados de março —há cerca de cinco meses— devido à pandemia do coronavírus. Hoje, Madureira disse não acreditar que a decisão pela retomada seja "tardia".

Segundo ele, as instituições nunca paralisaram suas atividades e se mobilizaram tanto para manter as funções administrativas em funcionamento como para atuar no enfrentamento à pandemia, com a realização de pesquisas, por exemplo.

"As universidades tiveram um movimento muito forte de manter suas funções administrativas e para o enfrentamento da pandemia. A dinâmica desse processo fez com que precisássemos voltar de forma remota, o que traria menos prejuízo. Para isso, houve todo um processo de diagnóstico, de preparação e, agora, de retorno", disse.

Dificuldades dos alunos de baixa renda

Madureira afirmou ainda que as universidades e institutos federais têm como base três princípios para a retomada das atividades à distância: segurança da comunidade acadêmica, isonomia no acesso para os alunos e qualidade de ensino.

O presidente da Andifes destacou que, de cada quatro estudantes das universidades federais, três são de famílias de baixa renda, o que possivelmente os levaria a ter dificuldades para acessar o ensino remoto. Por isso, segundo ele, as instituições trabalham para fornecer auxílio aos estudantes, tanto por meio de pacote de dados de internet como pelo empréstimo de equipamentos recebidos por doações.

Nesta semana, o MEC (Ministério da Educação) anunciou que irá disponibilizar internet para 400 mil alunos de baixa renda da rede federal. Madureira classificou a ação como "positiva", mas disse que a iniciativa não é suficiente para atender a todos os alunos em situação de vulnerabilidade econômica na rede federal.

"O auxílio se propôs a atender aquela faixa de estudantes de família com renda per capita de até meio salário mínimo. A gente sabe que a camada imediatamente acima dessa também foi muito afetada. As universidades vão ter que fazer um esforço extra para viabilizar [esse acesso]", disse.

Madureira destacou, no entanto, que "conectividade é apenas um dos problemas que a gente tem". "Será muito importante [ter uma] biblioteca digital e o apoio do MEC com Orçamento será fundamental", afirmou o presidente da Andifes, que demonstrou preocupação com as restrições orçamentárias que vêm se desenhando para as federais no ano que vem.

Há cerca de uma semana, o MEC anunciou um corte de R$ 1 bilhão no Orçamento destas instituições para 2021. "Essa situação não se sustenta com os níveis sinalizados de Orçamento para o próximo ano", afirmou.

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