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Itália amplia quarentena a todo o país

09/03/2020 23h17

Roma, 9 mar (EFE).- O governo da Itália ampliou as medidas de quarentena que estavam em vigor no norte a todo o país para tentar conter o avanço do novo coronavírus e estuda pedir à União Europeia para que lhe conceda maior flexibilidade em relação às regras de déficit do bloco.

Até 3 de abril, escolas e universidades permanecerão fechadas, todos os eventos esportivos ficarão suspensos, e as reuniões públicas, proibidas. Estas são algumas das medidas incluídas no decreto publicado hoje à noite no Diário Oficial e que entrarão em vigor amanhã.

O documento estende a todo o território nacional as ações incluídas no decreto assinado ontem e que tinham como alvo a região da Lombardia e 14 províncias do norte do país, onde vivem 16 milhões de pessoas.

"Não haverá uma zona vermelha, uma zona restrita no país e outra não. A Itália estará protegida em seu conjunto. Trata-se de evitar os deslocamentos em toda a península, com exceção de casos de necessidade, por motivos laborais ou de saúde", declarou o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, em pronunciamento em Roma.

O governo se viu forçado a tomar essas decisões em meio a um aumento do número de infecções por coronavírus no país. De acordo com o último relatório oficial, o vírus já causou 463 mortes, e há quase 8 mil pessoas infectadas atualmente.

A doença Covid-19, provocada pelo novo coronavírus, afeta todo o país, mas especialmente as regiões de Lombardia, Vêneto e Emilia Romagna, que juntas representam 40% do Produto Interno Bruto (PIB) italliano.

O impacto econômico que o coronavírus vem tendo nestas regiões e no resto da economia italiana é muito significativo, e por isso o governo está considerando pedir à Comissão Europeia (CE) que lhe dê mais espaço para aumentar seu déficit previsto para 2020, mesmo após já ter solicitado um alívio nos gastos públicos de 6,35 bilhões de euros líquidos, o equivalente a 0,3% do PIB. Esse pedido aumenta o déficit para 2020 de 2,2%, previstos em setembro do ano passado, para 2,5%.

"Já pedimos alguma flexibilidade, estamos considerando fazer um novo pedido com margens mais altas", anunciou Conte, sem entrar em detalhes.

"Só conseguiremos conter o vírus se todos colaborarmos e nos adaptarmos a essas medidas", disse.

Por outro lado, ainda segundo Conte, o governo não vai interromper os serviços de transporte público, para "garantir a continuidade do sistema produtivo e permitir que as pessoas possam ir trabalhar", nem interromperá a circulação de mercadorias, fundamental para a economia.

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