Ibovespa fecha acima de 109 mil pontos pela 1º vez
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa subiu nesta quinta-feira, renovando sua máxima de fechamento, beneficiado pelo clima mais favorável sobre as negociações comerciais EUA-China, em sessão marcada por rico noticiário corporativo no Brasil e avanço forte de Petrobras.
Índice de referência da bolsa brasileira, o Ibovespa subiu 1,13%, a 109.580,57 pontos. Durante a sessão, chegou a 109.671,91 pontos, recorde intradia. O volume financeiro do pregão somou 20,25 bilhões de reais.
No exterior, Wall Street também renovou recordes para o S&P 500 e Dow Jones em meio a notícias de que China e Estados Unidos concordaram em cancelar em fases as tarifas adotadas durante a disputa comercial.
A expectativa é de que um acordo comercial provisório entre EUA e China inclua uma promessa de Washington de retirar as tarifas marcadas para entrar em vigor em 15 de dezembro sobre cerca de 156 bilhões de dólares em importações chinesas.
Na visão do gestor Marco Tulli, da corretora Coinvalores, as últimas notícias sugerem alguma calmaria na guerra comercial, o que favorece a trajetória de ganhos nas bolsas no exterior e também no Brasil.
"Ao mesmo tempo, a temporada brasileira de balanços também mostrou bons resultados", acrescentou.
Entre os desempenhos trimestrais que repercutiram no mercado nesta sessão, Ultrapar figurou entre as maiores altas, após resultado acima do esperado entre julho e setembro.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON subiram 4,01% e 3,21%, respectivamente, tendo de pano de fundo a alta dos preços do petróleo no exterior, com agentes digerindo o desfecho dos leilões de petróleo realizados nesta semana e repercutindo a possibilidade de discussões com vistas a acabar com o modelo de partilha na exploração de petróleo no país.
- ULTRAPAR ON teve acréscimo de 5,3%, tendo no radar lucro líquido de 321 milhões de reais no terceiro trimestre na base comparável, acima da previsão média de analistas compilada pela Refinitiv. O conglomerado afirmou esperar melhora no resultado da rede de postos Ipiranga no quarto trimestre.
- USIMINAS PNA avançou 7,93%, com o setor siderúrgico ajudado por comentários do Credit Suisse, de que 2020 será forte para demanda de aço no Brasil, prevendo alta de 8% ano a ano para aço longo e de 4% para aço plano. O Credit elevou a recomendação de Usiminas para 'outperform', embora Caio Ribeiro cite que Gerdau, siga sendo sua preferida. CSN tem recomendação neutra do analista.
- NATURA ON valorizou-se 8,25%, após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovar na véspera a compra da norte-americana Avon pela companhia brasileira sem restrições. Na quarta-feira, as ações da Natura já haviam fechado em alta de 4,67%.
- BANCO DO BRASIL fechou estável, perdendo fôlego durante o pregão, após divulgar mais cedo um aumento de 33,5% no lucro do terceiro trimestre, ajudado pela alta nos empréstimos ao consumidor e nas tarifas, além de elevar projeção para o resultado de 2019. O BB também chegou a um acordo na véspera com o UBS para uma joint venture de banco de investimento na América do Sul. No setor, ITAÚ UNIBANCO PN avançou 0,6% e BRADESCO PN terminou com variação positiva de 0,26%.
- IRB BRASIL ON caiu 4,37%, uma vez que a resseguradora reportou lucro líquido de 329,5 milhões de reais no terceiro trimestre, aumento de 28,9% ante mesma etapa de 2018, mais abaixo dos 409,4 milhões da previsão média de analistas apurada pela Refinitiv.
- VALE ON encerrou com variação positiva de 0,85%, com noticiário mais favorável da China, em sessão de fraqueza do preço do minério de ferro.
- BANCO INTER UNIT, que não está no Ibovespa, recuou 5%, um dia após o banco digital reportar resultado trimestral, com queda de 38% no lucro na comparação ano a ano, enquanto o número de contas cresceu para 3,26 milhões, de 1,05 milhão um ano antes.
- ENEVA ON disparou 9,2%, maior alta do Small Caps, após a elétrica selar acordo de exclusividade para potencial aquisição de 75% em projeto termelétrico a gás a ser viabilizado junto a uma empresa global de energia com direitos de exploração no Brasil, bem como divulgar perspectivas de expansão e de distribuição de dividendos.