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Seca na Índia altera comportamentos dos animais

08/06/2019 10h20

Nova Délhi, 8 Jun 2019 (AFP) - Brigas entre macacos e tigres são algumas das mudanças de comportamentos observadas pela onda de calor extremo e pela seca na Índia - relata a imprensa local neste sábado (8).

Várias áreas do país foram afetadas por temperaturas sufocantes que passaram de 50°C no estado do Rajastão, afetando animais e humanos.

No bosque de Joshi Baba, no estado de Madhya Pradesh, onde o termômetro chegou a 46°C, um grupo de macacos foi encontrado morto. Segundo o funcionário florestal do distrito P. N. Mishra, acredita-se que os primatas tenham lutado com uma manada rival pelo acesso a uma fonte de água.

"Isso é raro e estranho, já que os herbívoros não participam de conflitos deste tipo", disse Mishra à rede NDTV neste sábado.

"Estamos investigando todas as possibilidades, incluindo a de um conflito pela água entre grupos de macacos que causou a morte de 15 primatas de um grupo de 30 a 35 membros que vivem nas cavernas", relatou Mishra.

"Alguns grupos de macacos que são grandes em número e dominam essa parte em particular podem ter afugentado o grupo menor pela água", explicou ele.

Uma necropsia revelou que os macacos provavelmente morreram por um golpe de calor.

Também se informou que os tigres das reservas florestais nas zonas afetadas pela onda de calor estão deixando seu hábitat para buscar água nas aldeias próximas.

Na semana passada, as temperaturas alcançaram os 50,3ºC na cidade de Churu no Rajastão, apenas abaixo do recorde da Índia de 51°C.

A onda de calor também provocou comportamentos violentos nos humanos. No estado de Jharkhand, um homem atirou em seis pessoas depois de ser impedido de encher mais barris de água para além do permitido em um reservatório público, informou a imprensa local neste sábado.

Na sexta-feira (7), um homem de 33 anos morreu em uma disputa similar no estado indiano de Tamil Nadu.

No norte do país, em Uttar Pradesh, além do calor extremo dos últimos dias, foram registradas tempestades de areia com ventos tão violentos e intensos que chegaram a derrubar árvores e postes de luz e deixaram 24 mortos.

No ano passado, uma tempestade de areia parecida deixou 150 mortos e grandes danos materiais.

A monção anual, que traz chuvas torrenciais para esta região, está com mais de uma semana de atraso em seu calendário habitual. Os serviços meteorológicos locais preveem que o fenômeno chegará nos próximos dias.

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