Primeiro-ministro notifica o Japão sobre a abdicação do imperador Akihito
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, anunciou formalmente, nesta terça-feira, a abdicação do imperador Akihito e destacou a época de paz vivida pelo país durante as três décadas que esteve à frente do Trono do Crisântemo.
Abe falou em nome do povo japonês no ato de abdicação de Akihito, que cede o trono ao seu primogênito, Naruhito, que o assumirá em outra cerimônia, amanhã.
"O imperador, segundo a lei especial imperial, abdica hoje", afirmou Abe, no ato, que aconteceu Palácio Imperial, em Tóquio.
Na sua mensagem, o primeiro-ministro destacou que Akihito "sempre desejou a paz da nação e a felicidade do povo japonês".
Akihito, acrescentou, "cumpriu com todo o coração e com responsabilidade suas tarefas e seu papel como símbolo da unidade do Japão e do povo japonês".
O chefe do governo japonês lembrou o papel desempenhado pelo imperador Akihito e pela imperatriz Michiko para consolar os japoneses pelos desastres naturais que o país sofreu nos últimos trinta anos.
A cerimônia foi realizada com a presença de cerca de 300 pessoas, incluindo representantes da família real e dos três poderes do governo.
As normas legais no Japão, que não conferem qualquer papel político ao imperador, indicam que o premier japonês era o encarregado de relatar a abdicação do imperador Akihito.
Formalmente, Akihito permanecerá imperador até à meia-noite. A proclamação de seu sucessor, Naruhito, ocorrerá amanhã, a partir das 10h30 (horário local, 22h30 de Brasília, de hoje).
Akihito, de 85 anos, anunciou em agosto de 2016 que sua idade e problemas de saúde o impediram de desempenhar plenamente suas funções como imperador.
Esse anúncio culminou com uma série de decisões políticas para a sua abdicação, uma possibilidade que não estava contemplada no esquema legal então em vigor, até que foi aprovada uma lei específica nesse sentido.