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Maduro diz que detém lealdade dos militares e convoca mobilização popular

do UOL

Mirthyani Bezerra

Do UOL, em São Paulo

30/04/2019 11h17Atualizada em 30/04/2019 14h20

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou hoje que conversou com os comandos militares, que asseguraram lealdade "ao povo, à Constituição e à pátria". A declaração foi dada por meio da conta de Maduro no Twitter, quatro horas depois de o presidente do Parlamento da Venezuela, Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino do país, anunciar que tem o apoio das Forças Armadas da Venezuela para "pôr fim à usurpação" do governo e ter pedido que a população vá às ruas.

Maduro disse ter entrado em contato com os comandos das Redi (Regiões Estratégicas de Defesa Integral) e das Zodi (Zona Operativa de Defesa Integral) e que manifestaram total lealdade ao governo. Ele também pediu que os venezuelanos se mobilizem para "assegurar a vitória da Paz". "Venceremos!", postou.

Antes de Maduro, o ministro da Informação, Jorge Rodríguez, disse que o governo venezuelano está confrontando um pequeno grupo de "traidores militares" que estão buscando promover um golpe.

Assim como o ditador, o ministro da Defesa da Venezuela, Vlaimir Padrino, também já havia negado haver uma insurreição dos militares por meio do Twitter.

"Todas as unidades militares implantadas nas oito regiões de defesa integral reportam normalidade nos seus quartéis e bases militares, sob o mando dos seus comandantes naturais", disse. Mas, ele chamou de "covardes" e "traidores" os líderes da oposição.

Em postagem no Twitter feita no começo da tarde (horário de Brasília), Guaidó disse que a oposição resistirá até conseguir uma 'Venezuela livre" e que possui o respaldo da comunidade internacional.

Blindado da Guarda Nacional atropela manifestantes em Caracas

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Manifestações nas ruas

Manifestantes favoráveis a Maduro se concentram no Palácio de Miraflores, a sede do governo em Caracas, para manifestar de apoio a Maduro. A manifestação foi convocada pelo líder chavista, Diosdado Cabello.

Em várias regiões da cidade, são registrados confrontos entre militares e manifestantes contrários e favoráveis ao movimento de Guaidó.

Os militares fiéis a Maduro lançaram bombas de gás lacrimogêneo na rodovia Francisco Fajardo, nas proximidades da base área de La Carlota, na zona leste de Caracas, para onde Juan Guaidó e líder opositor Leopoldo López fizeram o anúncio do apoio dos militares. A parte da Guarda Nacional favorável aos opositores revidou.

Segundo a CNN, tiros foram ouvidos durante a confusão. A agência de notícias EFE informou que uma pessoa ficou ferida em frente à base, dizendo que as causas ainda são desconhecidas.

Confrontos entre militares favoráveis e contrários a Maduro também foram registrados em Distribuidor Altamira, lugar tradicional das manifestações antichavistas, onde opositores foram assassinados em 2017.

Em vários locais, os comércios fecharam suas portas e estações de metrô não foram abertas.

Guaidó ao lado de Leopoldo López

Mais cedo, Juan Guaidó publicou um vídeo na sua conta no Twitter que aparece ao lado do líder opositor Leopoldo López, que cumpria prisão domiciliar, e de um grupo de militares na base de Carlota, no leste de Caracas. López é considerado um dos principais líderes da oposição ao governo de Nicolás Maduro. Ele estava em prisão domiciliar desde 6 de agosto de 2017, cumprindo pena de quase 14 anos, acusado de incitar a violência em 2014. Ainda não se sabe em que circunstância ele saiu da prisão domiciliar.

Na gravação, ele pede ainda que a população vá às ruas contra o governo. "São muitos os militares [com a gente]. A família militar deu o passo, de uma vez por todas. A todos os que estão nos escutando: é o momento, o momento é agora, não só de calma, mas de coragem para seguirmos adiante. Vamos recuperar a democracia e a liberdade na Venezuela", disse.

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