Topo
Notícias

IML contradiz pai e indica que garota morreu esganada, e não enforcada

Eduarda Shigematsu, de 11 anos, encontrada morta em Rolândia (PR) - Reprodução
Eduarda Shigematsu, de 11 anos, encontrada morta em Rolândia (PR) Imagem: Reprodução
do UOL

Ely Grion

Colaboração para o UOL, em São Paulo

29/04/2019 18h42

Resultados preliminares de exame feito pelo IML (Instituto Médico Legal) e divulgados hoje pela Polícia Civil do Paraná indicam que Eduarda Shigematsu, 11, morreu estrangulada e não enforcada - versão apresentada inicialmente pelo pai da criança, Ricardo Seidi.

"As investigações apontam que se trata de um homicídio", disse o delegado responsável pelo caso, Ricardo Jorge, da 22ª Subdivisão Policial de Arapongas.

O corpo da menina foi encontrado ontem enterrado na garagem de uma casa desocupada que pertence à família, em Rolândia (a 407 quilômetros de Curitiba). Segundo a polícia, Seidi confessou ter ocultado o cadáver e foi preso em flagrante. Ele negou, porém, que tenha matado a menina.

Em depoimento, o pai disse ter encontrado a filha já morta na quarta-feira (24), com uma corda ao pescoço, no quarto da casa onde morava com a avó paterna. Desesperado, ele teria amarrado as mãos e as pernas da menina, colocado o corpo em um veículo e levado até o outro imóvel, onde o enterrou. Ele cobriu o buraco com cimento.

Segundo a polícia, imagens mostram pai estacionando carro na casa onde corpo da menina foi encontrado

UOL Notícias

Imagens obtidas pela Polícia Civil mostram que Eduarda chegou em casa às 11h50 da quarta, dia em que desapareceu, e não teria mais saído.

Câmeras de segurança também mostram um homem que seria o pai deixando o local por volta de 13h30 em um carro preto e, pouco tempo depois, estacionando o mesmo veículo no local onde o corpo da menina foi localizado. (A polícia não informou a distância entre as duas casas.)

O delegado diz que segue em busca de mais provas e que deve ouvir novas testemunhas. Seidi está preso preventivamente. Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, ele ainda não contratou advogado para sua defesa.

O caso

29.abr.2019 - Buraco onde o corpo de Eduarda Shigematsu, de 11 anos, foi encontrado em Rolândia (PR) - Divulgação/Polícia Civil PR - Divulgação/Polícia Civil PR
Buraco onde o corpo de Eduarda Shigematsu, de 11 anos, foi encontrado
Imagem: Divulgação/Polícia Civil PR

Eduarda Shigematsu morava com a avó paterna, que tinha sua guarda, desde os quatro anos. Ela teria sumido logo após ter retornado da escola na quarta-feira. A avó registrou um boletim de ocorrência no dia seguinte acusando o desaparecimento. Mas, segundo a polícia, a essa altura ela já teria conhecimento da morte da menina.

"O boletim foi feito de forma falsa, eles [avó e pai] já sabiam que a menina estava morta. A avó se contradisse em vários momentos durante o depoimento", disse o delegado. Ainda segundo ele, há relatos de que a menina reclamava para amigas de sua relação com a avó, com o pai e com a mãe.

O UOL tentou contato com a mãe da menina, que mora em outra cidade, mas não teve retorno.

O corpo de Eduarda foi sepultado na manhã de hoje no cemitério de Rolândia.

Notícias