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'Não precisa levar tiro para reagir', diz Moro sobre atuação policial

2.abr.2019 - O ministro da justiça, Sergio Moro, em evento de segurança no Rio de Janeiro - Reuters
2.abr.2019 - O ministro da justiça, Sergio Moro, em evento de segurança no Rio de Janeiro Imagem: Reuters
do UOL

Gabriel Saboia

Do UOL, no Rio*

02/04/2019 15h23

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse hoje durante visita à maior feira de segurança da América Latina, a Laad, que não tem detalhes da estratégia do governador Wilson Witzel (PSC), mas defendeu que policiais atirem, ao ser questionado sobre o uso de snipers (atiradores de elite) no Rio.

"Não estou familiarizado com essa questão e precisaria entender melhor ao que o governador está se referindo. O fato é que um policial não precisa esperar levar um tiro de fuzil pra reagir".

Ontem, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) enviou ofícios às autoridades fluminenses questionando se os policiais estão sendo usados para executar pessoas que estejam portando fuzis.

No domingo, o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), afirmou ao jornal O Globo que os snipers já estão trabalhando, de forma secreta.

Witzel havia dito que cabe ao policial avaliar se dispara contra criminosos portando fuzis. Ex-juiz federal --assim como Witzel--, Moro foi indagado se isso não dá poder de julgamento a polícia, mas não respondeu.

A revelação de Witzel sobre o uso secreto de snipers gerou reações da oposição.

Hoje, Witzel disse que "a atuação dos snipers é secreta, não é divulgada. Mas temos todos os números necessários para informar à Justiça".

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CV, PCC e milícia: 'a mesma coisa', diz Moro

Moro também equiparou organizações criminosas como Comando Vermelho e PCC com as milícias - muitas delas, com participação de policiais e ex-policiais.

"Comando Vermelho, PCC e milícias são a mesma coisa. Muda o perfil dos criminosos, mas criminalidade grave tem que ser combatida da mesma forma. No RJ (no caso das milícias), além da organização criminosa, há controle territorial. Para mim, há a necessidade de conjugar políticas sociais e anticrime", afirmou.

Durante a visita à Laad, o ministro disse que os investimentos em tecnologia voltada para a segurança deve ser prioridade, mesmo em tempos de austeridade financeira.

"Temos que melhorar o controle dos presídios com bloqueadores e raios-x, investir em áreas de comunicação e tecnologia, além de soluções de informática. Os recursos são limitados, mas precisamos focar em destiná-los da melhor forma possível. A tecnologia é nossa aliada e facilitam os trabalhos, se bem empregados", afirmou.

Reforma da Previdência

Moro disse também que confia que a Reforma da Previdência será aprovada e defendeu sua importância.

"Se não, vão faltar recursos pra segurança pública, pra educação, pra saúde. O projeto anticrime também é importante porque ele enfrenta questões pontuais da segurança e da Justiça que precisam ser resolvidas. A questão, por exemplo, de deixar claro na lei a execução da pena em segunda instância", afirmou o ministro.

Mais cedo, o presidente em exercício, general Hamilton Mourão (PRTB), afirmou que a reforma Tributária "deve ser aprovada na esteira da reforma da Previdência".

*Com Estadão Conteúdo

Errata: este conteúdo foi atualizado
Moro defendeu que policiais não esperem para reagir, mas não havia defendido especificamente a atuação de snipers, como havia sido publicado. A informação foi corrigida.

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