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Justiça da Venezuela proíbe Guaidó de ocupar cargos públicos por 15 anos

28/03/2019 15h52

Caracas, 28 mar (EFE).- O controlador-geral da Venezuela, Elvis Amoroso, anunciou nesta quinta-feira que o chefe da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino do país, foi proibido de ocupar cargos públicos por 15 anos.

Em anúncio exibido pela emissora estatal "VTV", Amoroso afirmou que a Justiça da Venezuela "presume" que Guaidó falsificou ou ocultou dados de sua declaração de patrimônio, tendo recebido dinheiro de entidades internacionais e nacionais sem informar o governo.

Segundo o controlador-geral, Guaidó realizou desde 2015 mais de 90 viagens para o exterior. Os custos seriam de 310 milhões de bolívares (cerca de US$ 94 mil, na cotação oficial do câmbio venezuelano), mas não esclareceu como pagou pelas despesas.

Muitas dessas viagens ocorreram com "aeronaves particulares".

Amoroso ainda afirmou que Guaidó permaneceu fora da Venezuela por 248 dias desde quando venceu as eleições para deputado da Assembleia Nacional. A Controladoria Geral calculou que o líder opositor gastou 200 milhões de bolívares (cerca de US$ 60,7 mil) para se hospedar em hotéis de luxo fora do país.

"Os valores não batem com o salário de um deputado venezuelano", disse Amoroso, que revelou que pedirá aos hotéis onde Guaidó ficou hospedado para esclarecer como ele pagou pela estadia.

O controlador-geral não explicou a data de início da proibição, mas acrescentou que Guaidó será multado. Amoroso também não revelou qual o valor que o líder da oposição terá que pagar à Justiça.

Guaidó, que apresenta hoje o chamado Plano País, programa de governo que a oposição espera colocar em andamento assim que assumir o poder, não reagiu de forma imediata ao anúncio do controlador.

O Ministério Público da Venezuela já abriu duas investigações contra Guaidó. Uma delas está ligada à autoproclamação do opositor como presidente interino na Venezuela e outra com o suposto envolvimento dele com o primeiro blecaute que atingiu o país.

O líder da oposição é reconhecido por cerca de 50 países, entre eles o Brasil, como presidente interino do país. A autoproclamação elevou a tensão política, já que Nicolás Maduro segue no poder com o apoio da maior parte dos militares venezuelanos. EFE

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