Sem Previdência e com alta da dívida pública, Guedes deixaria governo
O Ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou hoje que pode deixar o governo se a reforma da Previdência não for aprovada e for reconhecida uma dívida de R$ 800 bilhões da União com os estados. Apesar disso, ele declarou que não deixará o governo "na primeira derrota".
"Se o presidente apoiar as coisas que podem resolver para o Brasil, eu estarei aqui [no governo]. Agora, se o presidente ou a Câmara ou ninguém quer aquilo, eu vou obstaculizar o trabalho dos senhores? De forma alguma. Estou aqui para servi-los. Se ninguém quiser o serviço, vai ser um prazer ter tentado, mas não tenho apego ao cargo, desejo de ficar a qualquer custo. Como também não tenho a inconsequência e a irresponsabilidade de sair na primeira derrota", afirmou o ministro.
Ele citou uma rejeição à reforma da Previdência como um possível motivo para uma eventual saída do governo.
"Se os Poderes aprovarem que a União deve R$ 800 bilhões (aos estados) e a reforma da Previdência não for aprovada eu vou ficar aqui para quê? Para apagar incêndio? Vou entrar para o Corpo de Bombeiros de Brasília? Não tenho apego a cargo", disse novamente.
As afirmações foram feitas após questionamento da senadora Eliziane Gama (PPS-MA), durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal. Ela perguntou se Guedes deixaria o governo se a reforma da Previdência não fosse aprovada.
Guedes afirmou que desde a campanha é questionado porque apoiou o presidente Jair Bolsonaro (PSL). Segundo ele, sempre teve o apoio de Bolsonaro para defender medidas econômicas para recuperar a economia brasileira.
"Eu acredito na dinâmica virtuosa da nossa democracia. Tenho certeza de que os partidos e os Três Poderes cumprirão o seu papel. Não tenho dúvidas disso. O presidente sempre me apoiou nas medidas sugeridas para resolver os problemas para o Brasil. Se o presidente e ninguém quiser eu vou obstaculizar o trabalho de vocês?", declarou.