Massacre em Suzano: Jovem suspeito de participação é encaminhado à Justiça
O adolescente de 17 anos suspeito de ter participado do massacre na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano (SP) prestou depoimento na Vara de Adolescentes em Conflito com a Lei, no Fórum de Suzano (Grande São Paulo).
A juíza titular da Vara, Érica Marcelina Cruz, não chegou a ouvir o jovem. O depoimento foi conduzido pelo Ministério Público de São Paulo, porque a promotoria identificou que a acusação contra ele é frágil.
O jovem foi levado à Vara por agentes da Polícia Civil, segundo a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), após os policiais cumprirem mandados de busca e apreensão na casa dele durante a manhã de hoje, depois de determinação judicial. Em virtude do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), o processo tramita em segredo de justiça.
De acordo com a investigação, o jovem teria atuado na elaboração do ataque à escola. Ele estudou na instituição e frequentou a mesma sala que Guilherme Taucci Monteiro, 17, apontado pela polícia como o mentor do massacre.
Ontem durante coletiva de imprensa, a polícia não revelou especificidades sobre qual a influência no massacre do jovem que foi encaminhado hoje à Justiça.
O delegado responsável pela investigação, Ruy Ferraz Fontes, afirmou que já tem mais informações, mas não pode revelar para não prejudicar a investigação. Disse apenas que ele ajudou Guilherme e o outro autor do massacre, Luiz Henrique Henrique de Castro, com informações no planejamento e que não participou das ações no dia do massacre.
Motivação e inspiração em Columbine
Segundo as investigações, a motivação da dupla seria "de caráter pessoal, buscando reconhecimento por parte da sociedade e da comunidade". Guilherme teria como intenção realizar o massacre especificamente na escola onde estudou, e não em outra.
A polícia já chegou à conclusão de que os dois atiradores queriam agir como no massacre de Columbine - atentado em uma escola dos EUA, em 1999, onde 12 alunos e um professor foram mortos por dois atiradores -, com crueldade e caráter trágico, para que fossem mais reconhecidos que os atiradores da escola nos EUA.
Para a polícia, a possível bullying sofrido por Guilherme na escola é uma questão secundária e "não tão significativa".
* Colaborou Nathan Lopes, do UOL em São Paulo