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Lava Jato não desiste de fundação com dinheiro da Petrobras

O procurador da República Roberson Pozzobon, membro da Operação Lava Jato - Theo Marques/UOL
O procurador da República Roberson Pozzobon, membro da Operação Lava Jato Imagem: Theo Marques/UOL
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Vinicius Konchinski

Colaboração para o UOL, em Curitiba

12/03/2019 19h42

O procurador da República Roberson Pozzobon, integrante da Operação Lava Jato, afirmou hoje que a força-tarefa não desistiu de criar uma fundação para gerir os R$ 2,5 bilhões provenientes de um acordo fechado com a Petrobras e autoridades dos Estados Unidos. Apesar de o MPF (Ministério Público Federal) ter anunciado a suspensão de processos para criação da instituição, Pozzobon disse que a ideia pode ser retomada caso conversas com governo e sociedade apontem que a ela é mesmo a melhor alternativa para gerir os recursos.

"Desistiu? Não. A [implantação] foi suspensa para melhores reflexões", afirmou ele, em entrevista ao UOL, horas depois do anúncio de suspensão. "Se a fundação se mostrar a melhor solução, ótimo. Vamos aperfeiçoar a criação da fundação."

Pozzobon disse que a Lava Jato não faz questão que a entidade saia mesmo do papel. Exige, sim, que os recursos obtidos no acordo sejam revertidos à população brasileira, e não depositados em forma de multas pagas pela Petrobras às autoridades dos Estados Unidos.

Segundo ele, não há pressa para decidir qual a melhor forma de gerir os recursos. Pozzobon explicou que os R$ 2,5 bilhões recuperados estão atualmente depositados em uma conta judicial, rendendo de acordo com a taxa Selic. Não há, portanto, depreciação do montante.

Algumas críticas "injustas"

O procurador reconheceu ainda que as críticas fizeram com que a Lava Jato entendesse que a fundação precisa ser melhor avaliada. Ele, entretanto, ressaltou que algumas dessas críticas foram baseadas em dados falsos e tiveram como objetivo somente o enfraquecimento da operação.

"Alguns dos ataques que foram feito à fundação foram injustos. Parte dessas críticas foram feitas por agremiações partidárias ou até a pessoas vinculadas a investigados na Lava Jato", disse ele. "Já outras críticas são construtivas e bem-vindas."

Pozzobon disse que a Lava Jato nunca pensou em ter ingerência sobre a fundação e a destinação dos recursos. Disse que a força-tarefa propôs que o MPF tivesse uma cadeira na gestão do órgão. Ressaltou, contudo, que isso era só uma proposta.

"A fundação é diferente da Lava Jato. Não seria integrada à Lava Jato, teria uma estrutura própria, seria fiscalizada pelo Ministério Público Estadual", afirmou.

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