Bolsonaro pede saída de coronel para contornar crise com 'olavetes' no MEC
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) pediu hoje ao ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, o afastamento do coronel Ricardo Wagner Roquetti, diretor de programa da secretaria-executiva do MEC (Ministério da Educação).
Fontes ouvidas pelo UOL afirmaram que a exoneração de Roquetti deverá ser oficializada nos próximos dias. Roquetti, que foi pró-reitor adjunto do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), trabalhou na equipe de transição do governo.
A decisão é uma tentativa de apaziguar uma briga interna no MEC, que veio a público na última sexta (8), após o escritor Olavo de Carvalho usar as redes sociais para pedir que seus ex-alunos deixassem o governo de Bolsonaro.
Os desentendimentos, no entanto, se arrastariam desde antes. Uma fonte afirmou à reportagem que a forma como Roquetti atuava dentro do MEC causava desconforto aos "olavetes", que viram no coronel um perfil autoritário e centralizador. Com forte influência sobre Vélez, Roquetti era visto como "ministro de fato".
Ontem, pelas redes sociais, Silvio Grimaldo, assessor especial de Vélez e um dos alunos de Olavo de Carvalho, fez duras críticas a Roquetti.
"Com o tempo, a influência do coronel sobre Vélez aumentou, e ele acabou abandonando qualquer pretensão de ter uma função específica dentro da estrutura ministerial. Perambulava pelo gabinete como a eminência parda do ministro, dando ordens, tomando decisões, indicando amigos para os cargos que vagavam. Era um poder imenso acompanhado de nenhuma responsabilidade. Ele mandava e desmandava e não precisava assinar um documento, um processo, um papel", escreveu.
Ainda ontem, um texto que acusa Roquetti de "isolar" Vélez dentro do MEC e de ter indicado membros ligados ao PSDB para compor o gabinete do ministro passou a ser divulgado pelos "olavetes". O documento terminava com a hashtag #ForaRoquetti.
O UOL tenta contato com o MEC e com o coronel Roquetti.