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Operação prende policial consultor de Witzel homenageado por F. Bolsonaro

O policial civil Flávio Pacca preso por suspeita de praticar extorsões - Reprodução/Redes Sociais
O policial civil Flávio Pacca preso por suspeita de praticar extorsões Imagem: Reprodução/Redes Sociais
do UOL

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

28/02/2019 12h01

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu hoje durante a operação Quarto Elemento, o consultor de segurança do governador Wilson Witzel (PSC). O policial civil Flávio Pacca Castelo Branco, 57, é suspeito de integrar uma quadrilha de policiais acusados de praticar extorsões contra comerciantes na Baixada Fluminense.

A ação, realizada em conjunto com o Ministério Público do Rio, visa cumprir quatro mandados de prisão. Até as 10h30, dois policiais haviam sido presos --Flávio Pacca e Ricardo Canavarro (que já estava detido). O UOL ainda não localizou a defesa dos suspeitos.

Pacca foi preso na casa dele, no bairro da Glória, na zona sul do Rio. Armas registradas foram encontradas no imóvel. Outros dois suspeitos de integrar a quadrilha ainda não foram localizados.

Em 2005, o policial recebeu uma moção honrosa do então deputado estadual e atualmente senador Flávio Bolsonaro (PSL). A homenagem ocorreu após operação na Rocinha, favela da zona sul do Rio, que terminou com a morte do traficante Erismar Rodrigues Moreira, o Bem-Te-Vi.

Em nota, Flávio diz que "sempre atuou na defesa de agentes de segurança pública, natural ter concedido centenas de homenagens por ações que mereceram reconhecimento. Não há como prever fatos posteriores às homenagens. Porém, aqueles que cometem erros devem responder por seus atos".

Nas últimas eleições, o policial foi candidato a deputado federal pelo PSC, mesmo partido do governador. Ele conseguiu 4.118 votos e não foi eleito.

Procurado, Witzel disse, por meio de um comunicado, que não tolera ato ilícito. "A prisão foi resultado de uma parceria da Corregedoria da Polícia Civil com o Ministério Público e mostra que o meu governo não tolera ato ilícito, seja de quem for. Que ele tenha seus direitos garantidos, como qualquer cidadão. Mas seja quem for que tenha cometido ou cometa algum ato ilícito ou de corrupção, esta pessoa será punida de acordo com a lei."

Investigações

De acordo com a Polícia Civil, os agentes são suspeitos de praticar extorsão contra comerciantes envolvidos em atividades criminosas. "O grupo atuava sempre em trio e contava com a ajuda de uma quarta pessoa como informante", explicou a polícia através de nota.

Segundo investigações da polícia, o alvo do grupo eram comerciantes com atividades irregulares. Eles eram identificados e levados para a delegacia. Em seguida, eram soltos mediante pagamento ao grupo de policiais.

Em um dos casos, em uma oficina em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, o grupo identificou ligações clandestinas de gato e luz, por meio de um informante (denominado segundo a polícia de "quarto elemento", o que originou o nome da operação), além de um carro roubado. O proprietário foi encaminhado para a delegacia e liberado após pagamento de propina.

A Polícia Civil não informou ainda valores movimentados pela quadrilha tampouco o tempo de atuação dela na Baixada Fluminense.

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