Ação da PM que deixou 15 mortos no Rio foi legítima, diz Witzel
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), afirmou em vídeo divulgado ontem nas redes sociais que foi "legítima" a ação da Polícia Militar que resultou na morte de 15 pessoas nos morros do Fallet-Fogueteiro, Coroa e Prazeres, na região central do Rio de Janeiro.
"O que aconteceu no morro Fallet-Fogueteiro foi uma ação legítima da PM", disse Witzel ao lado do coronel Rogério Figueredo, secretário estadual de Polícia Militar do Rio.
A declaração do governador ocorre um dia após a Defensoria Pública do Rio afirmar que existem fortes indícios de fuzilamento na operação. A mãe de um dos mortos disse que seu filho foi esfaqueado e que ele não trocou tiros com a PM.
"Nossa Polícia Militar agiu para defender o cidadão de bem. Não vamos admitir mais qualquer bandido usando armas de fogo de grosso calibre, fuzis, pistolas, granadas atentando contra a nossa sociedade. Vamos continuar agindo com rigor", afirmou o governador no vídeo.
A operação aconteceu dois dias após confrontos intensos entre as facções Comando Vermelho e o Terceiro Comando Puro, conhecidas pelas siglas CV e TCP.
A Polícia Militar informou, por meio de nota, que a ação foi planejada para intervir na guerra entre facções, "tendo como principal preocupação a preservação de vidas". De acordo com a polícia, a região vive uma disputa de traficantes por territórios.
Indícios de fuzilamento
O ouvidor-geral da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, Pedro Daniel Strozenberg, disse ao UOL na terça (12) que existem fortes indícios de fuzilamento na operação.
Fontes ouvidas pela reportagem, que pediram para não serem identificadas, afirmam que em ao menos 8 mortos os legistas constataram concentração de tiros pelas costas e na cabeça. Esta versão é diferente da apresentada pelos policiais de que houve intensa troca de tiros.
A Divisão de Homicídios (DH) está investigando o caso e solicitou a apreensão das armas usadas pelos policiais que participaram da operação para exame de confronto balístico.