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Tebet detalha drible no regimento do Senado para viabilizar rival de Renan

O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), à direita, oponente de Renan - Pedro França/Agência Senado
O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), à direita, oponente de Renan Imagem: Pedro França/Agência Senado
do UOL

Leandro Prazeres e Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

01/02/2019 17h21

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) detalhou nesta sexta-feira (1º) o "drible" no regimento interno do Senado que o grupo de senadores que apoia a candidatura de Davi Alcolumbre (DEM-AP) à Presidência da Casa pretende dar. Davi é o principal adversário ao nome de Renan Calheiros (MDB-AL), que também pretende disputar o comando do Senado.

Simone Tebet perdeu para Renan a disputa interna dentro do MDB para ser a candidata do partido à Presidência do Senado. Nesta sexta-feira, ela anunciou que não disputaria o cargo de forma avulsa para mobilizar votos em torno de Alcolumbre.

Alcolumbre é o único integrante da Mesa Diretora do Senado que continua no mandato, mas pelo regimento interno da Casa, ele não pode presidir a sessão de escolha da nova Mesa Diretora e ser candidato ao mesmo tempo. 

O "drible" no regimento prevê duas etapas. Na primeira, Alcolumbre, ainda como presidente em exercício da Mesa, decide sobre as questões de ordem que deverão ser levantadas antes da eleição pedindo que a votação para a Presidência do Senado seja feita de forma aberta. O regimento interno prevê que ela seja secreta, mas partidários do nome de Alcolumbre defendem que o Senado pode decidir pela abertura do voto.

Essa etapa é vista como crucial porque o movimento anti-Renan acredita que se a votação for aberta, o candidato do MDB terá menos chances de ser eleito.

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A segunda etapa do "drible" consiste em Alcolumbre deixar a presidência da sessão e voltar ao Plenário para apresentar sua candidatura ao cargo. 

"Já tem precedente para isso. Ele responde às questões de ordem, depois ele desce como qualquer outro mortal e disputa a presidência. O próprio Renan já fez isso no passado", afirmou Tebet. 

Alcolumbre é visto como o candidato endossado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

Para o senador Major Olímpio (SP), a manobra de Alcolumbre pode resultar em uma judicialização da disputa na Casa. Isso porque o grupo de aliados de Renan poderia eventualmente reivindicar a nulidade da sessão.

"Um juiz não pode querer bater o pênalti", declarou o pesselista.

"Ele já conduziu a seu favor questões que poderiam lhe favorecer [na hipótese de Alcolumbre lançar candidatura após a análise das questões de ordem]. O ideal é o José Maranhão, senador mais antigo, presidir. Com isso, ele [Alcolumbre] não corre o risco de ser contestado."

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