Filho de Mourão não substituiu petista no BB que ganhava R$ 100 mil mensais
A promoção do filho do vice-presidente Hamilon Mourão, Antônio Rossell, à assessoria especial do presidente do Banco do Brasil agitou os primeiros dias do governo de Jair Bolsonaro.
Funcionário concursado do banco, ele atuava como assessor na área de agronegócios com remuneração mensal de cerca de R$ 12 mil. Agora, ocupará um cargo especial com salário pouco superior a R$ 36 mil.
Uma mensagem que circula nas redes sociais questiona, por outro lado, as críticas feitas à promoção. De acordo com a mensagem, Antônio Mourão não só é competente como ocupou o cargo de um "petista desqualificado" e ganhará praticamente um terço do que este supostamente ganhava.
A mensagem aponta sete questões contra as críticas. Os tópicos vão desde as qualidades de Antônio, como ser concursado e ter 18 anos de carreira no banco, a questionamentos sobre o cargo. "Ganhava R$ 12 mil, vai ganhar R$ 37 mil. O petista desqualificado ganhava R$ 100 mil", denuncia.
FALSO: Filho de Mourão não substituiu assessor com salário de R$ 100 mil
As informações divulgadas foram inventadas. De acordo com o Banco do Brasil, não houve alteração no salário do cargo ocupado pelo filho do vice-presidente e nunca houve, em todo o banco, salário próximo a R$ 100 mil. Os servidores mais bem pagos do banco recebem menos da metade deste valor: R$ 47,7 mil por mês.
Acima deste salário, só o presidente (R$ 68,7 mil), o vice-presidente (R$ 61,5 mil) e os diretores (R$ 52,1 mil). Em média, um funcionário do Banco do Brasil ganha R$ 6.500 mensalmente.
A instituição informou ainda que publica periodicamente seu resultado financeiro e divulga no relatório Análise de Desempenho os valores dos maiores salários da instituição.
Cargo não precisa de concurso
O Banco do Brasil também confirmou as competências de Antônio Mourão para a nova função. "Está correto que o funcionário citado trabalha no BB há 18 anos, é concursado e atende aos requisitos previstos para o cargo", declarou a instituição, por meio da assessoria.
O banco esclareceu, no entanto, que esta é "uma das poucas vagas que podem ser preenchidas por quadros de fora".
A instituição diz ainda "desconhecer filiações partidárias dos assessores especiais que ocuparam o cargo", e a reportagem não achou nenhuma prova de que eles eram filiados ao Partido dos Trabalhadores.