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Abin não identificou terroristas de Venezuela e Cuba ligados a Brumadinho

Arte UOL sobre foto de Cadu Rolim/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: Arte UOL sobre foto de Cadu Rolim/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
do UOL

Lucas Borges Teixeira

Colaboração para o UOL

28/01/2019 16h22

Uma mensagem que circula por aplicativos de mensagem diz ter encontrado a "causa real para o rompimento da barragem em Brumadinho", na região metropolitana de Belo Horizonte, na última sexta-feira (25).

De acordo com o texto, a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) estaria investigando o envolvimento de dois estrangeiros -- um venezuelano e um cubano -- no desastre, que poderia ter sido causado por um atentado terrorista.

Uma fonte ligada à Abin confirma nessa tarde que a Polícia Rodoviária Federal deteve, próximo à cidade de Itaguará, cerca de 68 km de Brumadinho, um venezuelano e um cubano.

Segundo a mensagem, eles estariam ligados ao desastre. "Uma funcionária que sobreviveu à tragédia confirmou ter ouvido uma explosão antes do rompimento da barragem", informa o texto.

Um seria Juan Pablo Mercês, ex guerrilheiro das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o outro, Antonio Cabalero, "conhecido instrutor da Polícia Secreta do governo [Fidel] Castro, condecorado com a Estrela Vermelha, por sua atuação destacada em ações de sabotagem na guerra civil de Angola".

Segundo a mensagem, esta investigação teria levado ainda à descoberta de "células terroristas venezuelanas" infiltradas em território nacional.

FALSO: Abin não encontrou suspeitas de terrorismo

A informação foi inventada. A Abin não está investigando nenhum cidadão de qualquer país por suspeita de terrorismo neste caso, e a mineradora Vale, responsável pela barragem, também não fala em atentado.

Por meio de nota, a Agência Brasileira de Inteligência desmentiu o boato e diz não ter recebido "qualquer relato sobre prisões de venezuelano e cubano na região".

"A Abin esclarece ser totalmente inverídica a informação difundida por redes sociais e aplicativos de mensagens, sobre a ocorrência de ataque terrorista contra a barragem de Brumadinho/MG", declarou o órgão, que pertence ao Gabinete de Segurança Institucional. 

A Vale, responsável pela barragem, ainda não divulgou a causa do acidente e diz estar apurando o acontecido, mas não cita em momento algum qualquer possível atentado terrorista.

Nesta segunda-feira (28), a empresa divulgou a criação de um comitê independente, nomeado "CIAE de Apuração", para apurar as causas e responsabilidades pelo rompimento da barragem.

"O Conselho de Administração permanece em prontidão e acompanhando a evolução dos eventos relativos ao rompimento da barragem e tomará as medidas adicionais necessárias", divulgou a mineradora. 
 

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