Moradores de rua foram acordados com jatos de água fria na região da praça da Sé, em São Paulo, na madrugada desta quarta-feira (19). As informações são da Rádio CBN.
Segundo a reportagem, os moradores foram expulsos do local por uma empresa contratada pela prefeitura para realizar a limpeza do espaço. À CBN, o prefeito regional da Sé, Eduard Odloak, afirmou que vai apurar o caso e que a orientação é de que as equipes abordem os moradores antes do início da limpeza.
De acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a madrugada desta quarta-feira registrou a temperatura mas baixa da capital no último ano: 7,9ºC.
Ainda segundo a rádio, as mangueiras foram usadas para lavar a praça e seu entorno, atingindo os desabrigados que passavam a noite ali. Eles relataram que tudo aconteceu por volta das 7h. Além de molhar os moradores, os jatos de água também atingiram seus pertences, roupas e cobertores.
Em nota enviada ao BOL pela assessoria de imprensa da Prefeitura de São Paulo, o prefeito João Doria afirma que alguns cobertores foram molhados pelas duas empresas que são terceirizadas da Prefeitura de São Paulo e que Bruno Covas, secretário e vice-prefeito, orientou todas as Prefeituras Regionais para que redobrem o cuidado com as empresas terceirizadas ao realizarem a limpeza.
Leia, abaixo, a nota da Prefeitura de São Paulo na íntegra:
O que foi relatado pela CBN não ocorreu. A Prefeitura determinou que as empresas prestadoras de serviço apurem se houve intercorrência. O procedimento é sempre o mesmo: as pessoas são abordadas, informadas sobre a ação e é solicitada a retirada dos pertences do local que será limpo. A coordenação das Prefeituras Regionais solicitou que todos os prefeitos reforcem o procedimento junto às contratadas.
Nesta tarde o prefeito João Dória falou sobre o assunto: “Hoje pela manhã nós fomos informados que uma empresa terceirizada da Prefeitura de São Paulo, procedendo a sua ação de limpeza na Praça da Sé e no Pátio do Colégio, de forma inadvertida ao fazer a limpeza desta área, alguns cobertores foram molhados pelas duas empresas que são terceirizadas da Prefeitura de São Paulo. O Bruno Covas, que é o nosso secretário e vice-prefeito, já orientou todas as Prefeituras Regionais para que redobrem o cuidado com as empresas terceirizadas para que ao realizarem a limpeza. Ela precisa ser feita, evidentemente. Toda manhã às 6h, as áreas da cidade são limpas, mas que redobrem o cuidado para não prejudicar nenhum tipo de equipamento, sobretudo cobertores das pessoas em situação de rua. Quero aproveitar para esclarecer também que não houve jato de água em ninguém, houve uma interpretação, eu sei que não foi por maldade, de uma rádio que por sua vez isso se multiplicou como se jatos de água gelada fossem disparados propositalmente nas pessoas em situação de rua. Não tem o menor cabimento, nós apuramos isso, não houve essa situação, até porque, se houvesse, certamente com o advento do celular alguém teria feito essa imagem e ela não foi feita porque isso não existiu. Na limpeza do chão alguns cobertores foram molhados e nós já orientamos a reposição”.
Na madrugada desta terça, equipes da Defesa Civil, Assistência Social e da Guarda Civil Metropolitana entregaram mais de mil cobertas em diversas regiões da cidade. A ação deve ocorrer até o final da semana com a entrega de oito mil cobertores. Paralelamente, as equipes de Assistência e Desenvolvimento Social intensificaram as abordagens durante o frio para convencer as pessoas em situação de rua a aceitarem o acolhimento nos equipamentos da rede.
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