Cabine telefônica é usada para "conversar" com os mortos do tsunami de 2011 no Japão
Após perder um primo em razão de um câncer em 2010, o jardineiro Itaru Sasaki decidiu construir uma cabine telefônica para conversar com o parente. Batizada como telefone do vento (kaze no denwa, em japonês) a ideia foi inspirada na crença de Itaru de que o vento carregaria suas palavras.
Antes de tornar sua ideia realidade, o tsunami causado pelo forte terremoto que atingiu o litoral do Japão arrasou a cidade de Otsuchi, inundando quase metade das construções - chegando a alcançar o terceiro andar de um prédio da Universidade de Tóquio no local - e deixando mais de 1.400 mortos ou desaparecidos, pouco menos de 9% da população.
Pronta quase um mês depois da tragédia, a cabine ganhou fama entre os moradores das regiões afetadas pelo tsunami. Apesar de não estar conectada a nenhuma linha real, o telefone ajuda os visitantes a lidar com a saudade dos entes queridos.
A cabine está instalada em um jardim e possui uma vela e um caderno, no qual os visitantes podem deixar mensagens. Seis anos depois da tragédia, que causou também o vazamento radioativo na usina de Fukushima, pessoas ainda visitam o local.
Além de ajudar na perda de amigos e parentes, o local serviu ainda como símbolo do estrago emocional causado pelas mortes, enquanto a cidade se transformou em um canteiro de obras para se reconstruir fisicamente.
Em 2014, a história inspirou a criação de um livro ilustrado, batizado com o mesmo nome dado ao telefone. Nele, um coelho, um gato e uma raposa usam a cabine para conversar com os familiares que não podem mais encontrar.
(Com informações do TNOnline)
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