Relembre 22 crimes que chocaram o Brasil
Os programas policiais estão lotados deles, bem como as páginas dos jornais mais popularescos. Chamam a atenção pelo perfil dos envolvidos, pela brutalidade, pelo inesperado. Vez ou outra, interrompem as programações das emissoras de televisão nos plantões ou em coberturas que parecem não ter fim. Mas, depois, somem. Desaparecem do foco da mídia, mas ficam recordados nas mentes dos brasileiros. Assim são os crimes que chocaram o Brasil.
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Caso Isabella Nardoni
No dia 29 de março de 2008, uma menina de então cinco anos de idade foi arremessada da janela do Edifício London, em um bairro da zona norte de São Paulo. Isabella de Oliveira Nardoni morreu após ser defenestrada do sexto andar do prédio. O pai Alexandre Nardoni e a madrasta Anna Carolina Jatobá foram condenados à prisão. A garota teria sido agredida até desmaiar e jogada por pensarem que ela havia morrido. Isabella passava o final de semana com ambos e com outros dois irmãos, mais novos. Em dezembro de 2014 e em abril deste ano, duas testemunhas que trabalham no sistema prisional disseram ter ouvido conversas que colocam o pai de Alexandre, avô de Isabella, também em suspeita. Detetives investigam a versão.
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Caso Eliza Samudio
Eliza Silva Samudio desapareceu em 2010, com 25 anos. Eliza era amante do goleiro Bruno Fernandes, do Flamengo, apontado como autor do crime, e teria aceitado um convite do jogador para ir do Rio de Janeiro a Minas Gerais para visitar um sítio. Nunca mais foi vista em público. Bruno foi preso e condenado a 22 anos e três meses por assassinato e ocultação de cadáver, além do sequestro do filho Bruninho, que teve com Eliza. Outros condenados por participação no crime foram Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola; Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada de Bruno; Wemerson Marques, o Coxinha; Elenilson da Silva; e Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão. Um livro conta a história do crime.
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Caso Richtofen
Suzane Louise von Richthofen mandou matar os próprios pais na madrugada do dia 31 de outubro de 2002 no Brooklin, bairro nobre de São Paulo. Os assassinos foram Daniel e Christian Cravinhos, sendo o primeiro deles namorado de Suzane. As famílias não aceitavam o relacionamento, segundo dizem, e o trio arquitetou um plano para simular latrocínio, roubo seguido de morte, com o objetivo de receber a herança de Manfred e Marísia von Richthofen. Os criminosos foram condenados. Em março deste ano, a Justiça de São Paulo oficializou a exclusão de Suzane da herança dos pais, que ficará apenas com o irmão, Andreas Albert von Richthofen.
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Ônibus 174
Mais dramático caso de sequestro de ônibus no Brasil, o Gávea-Central, linha 174, foi tomado pelo sobrevivente da Chacina da Candelária Sandro Barbosa do Nascimento. No dia 12 de junho de 2000, no Jardim Botânico, Rio de Janeiro, Sandro assaltou um coletivo e manteve 11 reféns após ser interceptado por um carro da polícia. Depois de muita negociação com com o Bope, o Batalhão de Operações Especiais, o homem saiu com uma arma apontada para a professora Geisa Gonçalves. Tudo era acompanhado ao vivo por horas na televisão quando um soldado resolveu atirar em Sandro, mas acertou em Geisa, de raspão. O bandido matou a professora e acabou asfixiado no carro da polícia. Os policiais foram absolvidos pela morte de Sandro. O caso rendeu um documentário assinado por José Padilha.
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Morte de João Hélio
O dia 7 de fevereiro de 2007 ficou marcado para sempre nos brasileiros, após o brutal assassinato de um menino de seis anos. João Hélio Fernandes foi arrastado por sete quilômetros durante um assalto no Rio de Janeiro, pois não conseguiu sair do carro da família, roubado naquele momento. Cinco pessoas foram condenadas pelo crime, sendo uma delas adolescente. João Hélio estava com a mãe, Rosa Cristina Fernandes, e a irmã Aline, de 13 anos.
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Assassinato de Patrícia Acioli
A juíza Patrícia Acioli foi morta com 21 tiros no dia 12 de agosto de 2011 por policiais que enfrentavam um julgamento por parte dela. Patrícia combatia o crime organizado e a corrupção e, por isso, tinha o nome em uma lista de doze pessoas marcadas para morrer. A juíza foi morta por dois homens ao chegar à própria casa, em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. Onze policiais foram condenados.
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O cárcere de Eloá Pimentel
Uma adolescente de 15 anos emocionou o país no mais longo caso de cárcere privado da história de São Paulo. Eloá Cristina Pimentel foi mantida refém junto com outros três amigos por Lindemberg Alves Fernandes, 22, ex-namorado da jovem. O trágico final foi no dia 17 de outubro de 2008, com o assassinato de Eloá, que chegou a ir a um hospital, mas não resistiu e teve morte cerebral. Lindemberg atirou contra reféns após a polícia invadir o imóvel onde se encontravam. Foi condenado. Ao todo, foram cinco dias de negociação. Os órgãos de Eloá foram doados pela família.
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Massacre em Realengo
A Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro, foi palco de momentos de terror em abril de 2011. Às oito e meia da manhã de uma quinta-feira que poderia ser igual a qualquer outra, doze estudantes foram assassinados e outros doze ficaram feridos após um ex-aluno de 23 anos abrir fogo contra eles. Um policial militar surpreendeu Wellington Menezes de Oliveira com um tiro na barriga, fazendo-o cair da escada. O atirador se matou com um tiro na cabeça e foi enterrado como indigente.
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Chacina da Candelária
No dia 23 de julho de 1993, oito jovens foram cruelmente mortos por policiais militares em um local próximo à Igreja da Candelária, no centro do Rio de Janeiro. Seis deles eram menores de idade. Várias crianças e adolescentes também ficaram feridos após dois carros com placas cobertas começaram a atirar a esmo. O caso contou com uma testemunha chave, Wagner dos Santos, que levou quatro tiros na ocasião e sofreu outro atentado um ano depois na Central do Brasil e foi levado à Suíça, onde vive com sequelas, pelo Ministério Público. Sete foram indiciados, três inocentados. Outros três foram presos e já se encontram em liberdade. Um dos suspeitos ainda não foi julgado até hoje.
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A morte do índio Galdino
Galdino Jesus dos Santos foi queimado vivo enquanto dormia em um ponto de ônibus em Brasília, na madrugada de 20 de abril de 1997. Horas depois, o líder indígena morreu em decorrência dos graves ferimentos que sofreu. Santos estava na capital brasileira por conta do Dia do Índio. Os assassinos foram cinco homens de classe média, sendo quatro deles maiores de idade. Todos foram condenados. Duas esculturas lembram a morte do indígena no local, até os dias de hoje, como um memorial.
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A frieza no assassinato do menino Bernardo
Bernardo Boldrini era um garoto de apenas 11 anos quando foi assassinado no dia 4 de abril de 2014. O corpo foi encontrado dez dias depois, em uma cova na área rural de um município do Rio Grande do Sul. A Polícia Civil afirma que o menino foi morto por superdosagem de um sedativo, dado pela madrasta de Bernardo, Graciele Ugulini e por uma amiga dela, Edelvânia Wirganovicz. Leandro Boldrini, pai da criança, e Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, também foram presos por envolvimento no crime. O Ministério Público pediu a reabertura da investigação da morte da mãe de Bernardo, Odilaine Uglione, encontrada morta com um tiro na cabeça na clínica do então marido Leandro, no dia 10 de fevereiro de 2010. A carta de suicídio pode ter sido forjada, de acordo com investigações.
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Boato na internet gera assassinato
Fabiane Maria de Jesus, de 33 anos, teve a vida ceifada após ser confundida com uma suposta sequestradora de crianças para a prática de magia negra. A dona de casa foi linchada em 3 de maio de 2014 no Guarujá, São Paulo, e levada já em estado grave a um hospital por policiais militares, mas não resistiu e morreu dois dias depois. A mulher tinha dois filhos e era casada há 17 anos. A polícia não tinha registros de desaparecimentos na região. Cinco pessoas foram presas.
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Assassinato de Daniella Perez
Atriz da TV Globo e filha da autora de novelas Glória Perez, Daniella Perez foi morta aos 22 anos com 18 tesouradas na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O corpo da mulher foi encontrado em um terreno baldio em dezembro de 1992. Os assassinos foram Guilherme de Pádua, colega de cena de Daniella, e a esposa Paula Thomaz. Ambos foram condenados à prisão. Hoje, estão em liberdade.
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Caso Gil Rugai
O estudante de 29 anos Gil Rugai matou o pai e a madrasta na zona oeste de São Paulo com 11 tiros. O assassinato de Luiz Carlos Rugai e Alessandra de Fátima Troitino foi em março de 2004. Segundo a investigação, Gil teria sido expulso de casa por desfalcar R$ 25 mil da empresa do pai. O assassino foi reconhecido por um vigia e está preso.
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As mortes brutais de Liana Friedenbach e Felipe Caffé
Em novembro de 2003, Liana Friedenbach, de 16 anos, e Felipe Caffé, de 19, decidiram acampar em uma área isolada na região da Grande São Paulo, sem os pais saberem. Rendidos por criminosos na barraca, foram vendados e levados a um cativeiro. Ambos foram torturados e mortos. Liana foi abusada sexualmente. Cinco homens foram condenados a partir da investigação.
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Os crimes do Maníaco do Parque
O motoboy Francisco de Assis Pereira ficou conhecido como Maníaco do Parque após uma série de crimes cometidos por ele em 1998 no Parque do Estado, em São Paulo. Francisco se fingia de agente de modelos e, após convencer as vítimas, as levava para o Parque, onde cometia estupros e assassinatos. De acordo com a condenação, dez mulheres foram mortas e outras nove foram estupradas e roubadas. Entretanto, o próprio Francisco afirma ter matado ao menos 11.
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O atirador do cinema
Mateus da Costa Meira tinha 24 anos e cursava o sexto ano de Medicina em São Paulo quando ficou conhecido em todo o país pelo macabro ato que fez: abriu fogo com uma submetralhadora contra a plateia de um cinema no Morumbi. Era uma noite de novembro de 1999 e "Clube da Luta" era o filme exibido. Mateus foi condenado, na época, a 120 anos e seis meses, mas a pena foi alterada em 2007. No atentado, três pessoas morreram e quatro ficaram feridas.
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O ex-namorado assassino de Sandra Gomide
Sandra Gomide era uma jornalista de 32 anos quando foi morta no ano 2000 no haras do pai, em São Paulo. O assassino foi o ex-namorado, Antônio Marcos Pimenta Neves, de 63 anos, diretor de redação do jornal O Estado de S. Paulo. O crime foi motivado pela não aceitação do término do relacionamento e por Sandra estar apaixonada por outra pessoa. Neves foi condenado a 19 anos, 2 meses e 12 dias de prisão. Ainda cumpre pena.
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O caso do jornalista Tim Lopes
A TV Globo se viu inserida em uma tragédia em 2002. Um dos profissionais, o jornalista Tim Lopes, foi capturado e torturado por criminosos até a morte na favela Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro. O assassinato aconteceu em meio a uma investigação sobre ilegalidades em bailes funk. Tim teve a morte decretada pelo traficante Elias Maluco, que comandava os outros.
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Farah Jorge Farah matou a amante
Maria do Carmo Alves, 46, foi assassinada em janeiro de 2003 pelo cirurgião Farah Jorge Farah, 53, com quem teria um relacionamento amoroso de 20 anos. O corpo foi esquartejado e escondido, sendo encontrado apenas três dias depois. O criminoso teria confessado o crime à sobrinha, que o denunciou. Foi condenado a 16 anos de prisão em maio no ano passado.
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A morte da missionária Dorothy Stang
Irmã Dorothy era uma missionária norte-americana e naturalizada brasileira. Foi assassinada aos 73 anos, em 2005, em uma estrada próxima a Anapu, no Pará, onde atuava na promoção do desenvolvimento de projetos sustentáveis. Foi mais uma das mortes causadas por conflitos de terra no Brasil. Quatro pessoas foram condenadas, entre elas um fazendeiro da região.
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Caso Matsunaga
Marcos Kitano Matsunaga, de 41 anos, foi assassinado com um tiro pela mulher, Elize Araújo Kitano Matsunaga, de 30, em maio de 2012. Elize confessou ter esquartejado o corpo e ocultado as partes em malas de viagem. Marcos era executivo da empresa de alimentos Yoki. O crime aconteceu no apartamento do casal, em São Paulo, e o corpo foi encontrado em Cotia (SP). Segundo a mulher, o assassinato foi motivado por uma traição conjugal.