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Ex-namoradinha do Brasil: Regina Duarte em 11 fatos

05/02/2019 08h11

Regina Duarte, a namoradinha do Brasil que nos últimos tempos tem causado polêmica por conta de suas opiniões políticas, completa 72 anos nesta terça-feira (5/2/2019). Você sabia que ela alterou o curso de duas novelas por conta de gestações? Que o apelido de namoradinha do país já começou com status de ex? E que ela largou uma novela no meio para ir para a Globo? Confira a vida e a carreira da atriz.

  • Imagem: Acervo UH/Folhapress
    Imagem: Acervo UH/Folhapress

    Juventude

    Regina Blois Duarte tem cinco irmãos: Maria, Lúcia, Cláudio, José, Flávio e Tereza. É fruto do casamento do militar Jesus Duarte e da professora de piano Dulce Blois. Apesar de ter nascido em Franca, no interior de São Paulo, viveu boa parte da juventude em outra cidade paulista, Campinas. De acordo com o site Memória Globo, a artista teve uma infância pobre e o pai completava a renda familiar vendendo sapatos e galinhas na feira

  • Imagem: Reprodução/Regina Duarte, a namoradinha do Brasil/Blogspot
    Imagem: Reprodução/Regina Duarte, a namoradinha do Brasil/Blogspot

    Início

    A carreira como artista começou cedo para Regina, que, ainda aos 14 anos, tornou-se atriz amadora do Teatro de Estudante de Campinas. Ela destacou-se em 1964, quando estampou uma campanha de sorvete e emendou um trabalho para uma marca de refrigerantes. O interesse pela carreira, no entanto, surgiu por acaso, depois de ler uma peça de teatro no livro de um homem que ia ao seu lado no ônibus. "Até então, queria ser bailarina, pintora, escritora ou atriz de Hollywood, como a Marilyn Monroe", recordou em entrevista ao site Memória Globo

  • Imagem: Reprodução/Revista 7 Dias na TV 5.jul.1965
    Imagem: Reprodução/Revista 7 Dias na TV 5.jul.1965

    Primeira novela

    A primeira novela de Regina Duarte foi "A Deusa Vencida", na TV Excelsior, em 1965. Ela foi vista no comercial de refrigerante pelo diretor da trama, Walter Avancini, e chamou a atenção do profissional, mesmo sendo dublada na propaganda. A conversa entre eles foi rápida e o final bastante feliz para a jovem em ascensão: "Pode passar na produção, eles vão dar um dia que você terá que vir aqui provar a roupa. Estamos em cima da hora e quero que você faça o papel. (...) A partir daí, foi um tumulto em minha vida", relatou a artista para o livro "Walter Avancini, o último artesão", de Ângela Britto. Na imagem, Regina aparece à esquerda, caracterizada como a vilã Malu de "A Deusa Vencida", ao lado dos colegas de elenco Tarcísio Meira, Edson França e Glória Menezes

  • Imagem: Reprodução/Regina Duarte, a namoradinha do Brasil/Blogspot
    Imagem: Reprodução/Regina Duarte, a namoradinha do Brasil/Blogspot

    Traumatizada

    O mesmo diretor que promoveu a ida de Regina para as novelas, também foi o responsável por um dos grandes traumas da carreira da atriz. "Passei por uma experiência traumática, terrível, com ele (...) Era um grande monólogo, de vinte e tantas páginas (...) Até então, nunca tinha tido mais do que oito, dez falinhas de uma linha (...) Recebi o texto numa quarta para gravar na segunda. Entrei em pânico, não conseguia decorar, me deu um bloqueio (...) Ele começou a gravar a minha cena às 18h e às 22h eu ainda não tinha conseguido. Avancini não queria parar, queria que eu dissesse as vinte e tantas páginas direto (...) Tive um surto, uma coisa terrível, um elenco inteiro me olhando", disse a artista para o livro "Walter Avancini, o último artesão", de Ângela Britto. Nem gravando em partes Regina foi capaz de concluir a cena e, na parte em que devia chorar, a atriz viu o diretor exigir cada vez mais emoção até que caiu num choro compulsivo por duas horas seguidas e a cena foi remarcada para o dia seguinte

  • Imagem: Divulgação
    Imagem: Divulgação

    Vira casaca

    Em 1969, Regina Duarte resolver abandonar a novela "Dez Vidas", de Ivani Ribeiro, na TV Excelsior, bem no meio da produção. Na trama, ela interpretava Pompom, mas foi substituída por Leila Diniz ao aceitar o convite de Boni para ir para a Globo interpretar Andreia, no folhetim de Janete Clair. Na época, os contratos não eram tão rigorosos quanto atualmente, e a atriz foi recebida na emissora carioca com status de estrela para protagonizar "Véu de Noiva", inclusive, uma chamada especial: "Só mesmo Andreia traria Regina Duarte para a Globo!"

  • Imagem: Reprodução/Twitter @as_asinger
    Imagem: Reprodução/Twitter @as_asinger

    "Namoradinha do Brasil"

    Regina Duarte marcou a teledramaturgia brasileira com as mocinhas românticas e puras que interpretou entre as décadas de 1960 e 1970. O auge dessa graciosidade se concretizou com a novela "Minha Doce Namorada", de 1971. Quatro anos depois, em 1975, decidida a se livrar da imagem de mocinha inocente, Regina interpretou uma prostituta na peça "Réveillon", mas viu a novela inspirar o título que lhe renderia um apelido marcante: "A ex-namoradinha do Brasil" [título de reportagem publicada nas "páginas amarelas" da Veja]. "O título da novela ['Minha Doce Namorada'] veio a inspirar a imprensa, anos depois, a me chamar de 'Namoradinha do Brasil' (...) Mas já como 'ex' porque eu já estava rompendo com essa imagem…", pontuou em depoimento ao Memória Globo

  • Imagem: Divulgação
    Imagem: Divulgação

    Marcas na carreira

    A popularidade das personagens de Regina Duarte deixaram marcas no público. Até hoje, a atriz é lembrada por seus trabalhos, como "Malu Mulher", de 1979, em que vivia uma mulher divorciada e independente. Além disso, foi Simone em "Selva de Pedra", Luana/Priscilla em "Sétimo Sentido", Raquel em "Vale Tudo" e Maria do Carmo em "Rainha da Sucata". Fez história como viúva Porcina (foto) em "Roque Santeiro" e ainda arrebatou três das Helenas de Manoel Carlos para o currículo, em "História de Amor" (1995-1996), "Por Amor" (1997-1998) e "Páginas da Vida" (2006)

  • Imagem: Divulgação/TV Globo
    Imagem: Divulgação/TV Globo

    Inspirações

    "Sempre que preciso interpretar com emoção, busco na minha experiência de vida algo parecido que me dê um apoio para eu ser sincera. A busca é pela sinceridade. Se eu não for sincera, não vale para mim ou para quem assiste", afirmou a atriz em entrevista ao site Memória Globo

  • Imagem: Divulgação/TV Globo
    Imagem: Divulgação/TV Globo

    Família

    Regina tem três filhos: André, Gabriela (foto) e João Ricardo. Enquanto o último é filho do segundo casamento da atriz, com Daniel Gomez, e nasceu em 1981, quando ela estava longe das novelas, os dois primeiros - e mais velhos -, do relacionamento com Marcos Franco, mudaram a história de duas novelas brasileiras. Enquanto vivia Ritinha, em "Irmãos Coragem" (1970-1971), a atriz ficou grávida do primogênito e, como alternativa, a autora, Janete Clair, engravidou também a personagem. Na trama, Ritinha deu à luz uma menina, chamada de Gabriela. Em 1973, Regina engravidou outra vez, durante a novela "Carinhoso", de Lauro César Muniz. Na trama, caso Cecília, personagem vivida pela artista, engravidasse, sua história acabaria. Com isso, a produção precisou ser encurtada e interrompida. Ao dar à luz, a atriz resolveu batizar a filha com o nome da bebê de sua personagem em "Irmãos Coragem", Gabriela

  • Briga com José de Abreu

    Com opiniões políticas divergentes, os atores já se alfinetaram publicamente algumas vezes. José de Abreu chegou a pontuar o fato de a colega contribuir para a divulgação de notícias falsas, corrigindo-a sobre a informação compartilhada por ela anteriormente: "Oi, colega Regina Duarte. Bolsa-presidiário existe desde 1991. Sei que você é meio esquecida, não consegue decorar texto há muitos anos (inaugurou o uso de ponto eletrônico para atores na Globo), mas 'dar um Google' evitaria de você passar fake news do fascista que você apoia". O global ainda postou um vídeo antigo em que Regina fala sobre a ascensão de Hitler ao poder com a seguinte mensagem: "Você era antifascista, lembra?". A atriz, por sua vez, resolveu rebater com: "Ah, Deixa ele pra lá! É aquele ator que cospe nas pessoas que discordam dele"

  • Imagem: Divulgação
    Imagem: Divulgação

    Arrependida?

    Depois das eleições, no entanto, Regina Duarte mostrou-se desconfortável com algumas ações do governo e resolveu colocar a boca no trombone. Depois de uma aproximação articulada entre Renan Calheiros e a bancada de Jair Bolsonaro em Brasília, a atriz desabafou nas redes sociais em janeiro deste ano: "Renan, não! O Brasil só avançará se Renan Calheiros não conseguir ser presidente do Senado nem da CCJ [Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania]. E além disso, voto aberto! Precisamos saber quem é quem no novo (novo?) time de Brasília". Ela ainda chegou a convocar uma manifestação em protesto a essa possibilidade. Para possível alívio da artista, no início de fevereiro, Davi Alcolumbre (DEM-AP), alvo de dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), foi eleito presidente do Senado. Contudo, os opositores ainda tentam impedir que Renan ou algum de seus aliados assumam alguma comissão de grande importância, como a CCJ, por onde todos os projetos passam antes de irem ao plenário

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