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Os 12 principais deuses da mitologia nórdica

Deus Thor, em pintura do inglês Arthur Rackham - Reprodução
Deus Thor, em pintura do inglês Arthur Rackham Imagem: Reprodução

23/03/2019 16h20

A mitologia nórdica está em alta! Produções culturais recentes reacenderam o interesse pelos deuses que eram cultuados no norte do mundo, como as representações de Thor, Loki, Heimdall, Odin e outras figuras no universo de super-heróis da Marvel, além de seriados como "Vikings" e "Deuses Americanos", esta baseada na obra do autor Neil Gaiman, e games como "God of War", que leva o personagem grego Kratos a bater de frente com deuses nórdicos.

Também conhecida como mitologia germânica, viking ou escandinava, a mitologia nórdica teve boa parte de seu conhecimento perdido durante o processo de cristianização dos países escandinavos (Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia), que começou por volta da segunda metade do século 10.

Com os cultos pagãos gradualmente proibidos após a cristianização das nações escandinavas, a maior parte da mitologia nórdica foi passada adiante oralmente, portanto muito se perdeu. A maior fonte de informação do que se conhece hoje das divindades escandinavas vem de duas obras literárias que sobreviveram ao tempo, ambas escritas na Islândia, onde o cristianismo conviveu com o paganismo por longos períodos: a "Edda em verso", uma coleção de 30 poemas de autoria desconhecida, e a "Edda em prosa", uma espécie de manual de poesia escrito pelo poeta e político islandês Snorri Sturluson, por volta do ano 1.220.

Odin, Thor, Loki, Heimdall, Baldur e Freya são algumas das figuras divinas que protagonizam estes textos islandeses que sobreviveram ao tempo. Confira uma lista com 12 dos principais deuses da mitologia nórdica:

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    Odin

    Conhecido como Pai de Todos, Odin é o principal deus da mitologia nórdica. O papel de Odin, como o de muitos deuses da mitologia nórdica, é complexo. Ele pode ser considerado o deus da guerra e da morte, assim como o deus da sabedoria, da vitória e da caça. Na Escandinavia pagã, Odin era comumente adorado pelas classes sociais mais altas. O Pai de Todos é o líder do clã dos deuses Æsir, o principal da mitologia nórdica, que rivaliza com o clã dos Vanir. Odin reside em Asgard, o mundo dos deuses Æsir e, de seu trono, o Hliðskjálf, ele observa os nove reinos: Asgard, Midgard (reino dos humanos), Jötunheim (reino dos gigantes), Muspelheim (reino do fogo), Niflheim (reino do gelo), Álflheim (reino dos elfos de luz), Svartalfheim (reino dos elfos escuros), Vanaheim (reino dos deuses Vanir) e Helheim (reino dos mortos). Odin também é o responsável por ordenar que suas filhas, as valquírias, recolham os corpos dos guerreiros mortos em combate, para que estes sejam conduzidos a Valhalla, o palácio dos mortos acessado somente por quem morreu com honra

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    Tyr

    Tyr (às vezes grafado como Týr) é o deus Æsir do céu, da luz, dos juramentos e da justiça. A origem de Tyr é confusa. Em alguns textos, ele é descrito como um dos filhos de Odin; em outros, é descrito como opositor da política de guerra e destruição do Pai de Todos, já que Tyr é um defensor da paz e do diálogo. Algumas narrativas mais recentes do que as Eddas islandesas descrevem Tyr como um diplomata destemido, que viajava pelos mundos com o intuito de ajudar os povos a resolverem seus conflitos de maneira pacífica, portanto este deus é considerado um símbolo de justiça no neopaganismo. Apesar de ser um defensor da paz, Tyr era um guerreiro destemido e implacável em batalha. Ao contrário de Odin, que prefere usar sua lança em combate, Tyr usa seu único braço, o esquerdo, para brandir uma espada. As lendas contam que o deus perdeu seu braço direito ao colocá-lo na boca do deus-lobo Fenrir, numa tentativa desesperada de impedir que a divindade lupina despejasse sua raiva sobre os povos dos nove reinos

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    Heimdall

    Heimdall (também conhecido como Heimdallr) é o guardião da Bifrost, uma ponte iridescente que liga os nove reinos. Descrito nas Eddas como "o mais alvo dos deuses", Heimdall é o mais informado entre as divindades, pois ninguém viaja entre os reinos sem que ele permita. Em textos recentes, os deuses costumam usar Heimdall como informante para descobrir o paradeiro de amigos e inimigos. Apesar de não ser considerado deus de alguma característica específica, Heimdall tem visão e audição aguçada e pode socorrer quem estiver em perigo em qualquer um dos reinos

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    Loki

    Loki é um dos mais conhecidos deuses da mitologia nórdica. Além do conteúdo das Eddas, ele é protagonista em diversos poemas clássicos. As versões mais leves consideram Loki o deus da trapaça e da travessura. Já nas versões mais pesadas, Loki é considerado um símbolo da maldade e da mentira. Quase todas as fontes que apresentam histórias sobre Loki citam sua capacidade de assumir qualquer forma, seja humana ou animal. Com frequência, nos relatos protagonizados por ele, Loki assume a forma de outros deuses e os coloca em enrascadas, muitas vezes sem motivo definido, apenas pelo prazer da confusão. Apesar de viver em Asgard e de ter sido criado como filho de Odin, Loki é um misto de deus e de gigante, o que faz com que ele tenha certo rancor dos deuses "puro-sangue". Na maior parte das descrições do Ragnarök, o fim dos tempos da mitologia nórdica, Loki lidera o exército das forças obscuras contra Odin e os outros Æsir

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    Thor

    Apesar de Odin ser o "deus supremo" da mitologia nórdica, Thor é o mais popular da cultura germânica e escandinava. Filho de Odin, Thor é considerado o deus dos trovões e das batalhas. Na era viking, os guerreiros costumavam se lembrar de Odin no fim dos combates, se a derrota parecesse certa, pois o maior desejo de todo viking era ser recebido pelo Pai de Todos em Valhalla. Durante os combates, porém, Thor era a referência divina, pois era a ele que os guerreiros pediam forças para derrotar seus inimigos. Thor era um deus viajante, enviado por Odin para intermediar conflitos (com força bruta e com seu martelo Mjolnir, é claro) e vencer batalhas em nome dos deuses. Pode-se dizer que Thor "furou a bolha", já que foi frequentemente lembrado em outras culturas. Thursday, o termo em inglês para "quinta-feira", por exemplo, é uma referência a Thor, assim como a palavra que se refere a este dia da semana em alemão, Donnerstag (o nome rúnico de Thor é Þórr/Donar)

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    Baldur

    Considerado filho de Odin e irmão de Thor, Baldur (também chamado de Balder e Baldr) era um dos deuses mais queridos entre seus pares, além de ser o mais belo do panteão nórdico. Ao contrário de Thor e Odin, que resolviam conflitos com violência e brutalidade, Baldur disseminava boa vontade, paz e simpatia em suas viagens. Quando percebe que Baldur é amado por todos, Loki começa a invejá-lo e trama para matá-lo, despertando em Baldur pesadelos sobre a morte vindoura. Quando avisa a Odin sobre os sonhos mortais que tem com frequência, Baldur recebe uma proteção dos deuses e se torna imortal, desde que não seja atacado por uma flecha de visgo. Por meio de mentiras e trapaças, Loki descobre a fraqueza de Baldur e, em meio a uma festividade, faz Hoder, um deus cego, acertá-lo com uma flecha de visgo, matando o deus imortal. Havia uma lenda entre os nórdicos que dizia que, após o Ragnarök, uma nova era começaria, liderada por Baldur, que voltaria dos mortos. Historiadores da disseminação do cristianismo entre os pagãos afirmam que essa lenda "facilitou" a assimilação da história de Jesus Cristo entre os povos escandinavos, dadas as semelhanças

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    Frigga

    Frigga (também conhecida como Frigg ou Frige) é considerada a Deusa-Mãe da mitologia nórdica, já que é esposa de Odin e rainha de Asgard. Em alguns poemas, ela é a responsável por pacificar as relações entre os deuses, já que Odin, Thor e Loki, por exemplo, são deuses belicosos e um tanto quanto violentos. Frigga ficou conhecida como deusa da união, da família, do amor e da fertilidade, além de protetora das mães. Frigga tem o dom da profecia, mas compartilha suas visões do futuro somente com Odin, já que seu marido tem o poder de observar o universo a partir do trono Hlidskialf, em Asgard

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    Mímir

    Mímir é considerado o mais sábio entre os deuses nórdicos. Ele é proprietário de um poço chamado Mímisbrunnr, que fica localizado nas raízes da Yggdrasil, a árvore da vida, que conduz a todos os lugares e destinos. Segundo a lenda, Odin pediu a Mímir para beber a água da fonte, em busca de sabedoria. Para garantir que Odin não se tornasse invencível após isso, Mímir pediu um olho em troca de uns goles de água da fonte. Sedento por poder, Odin aceitou, por isso o Pai de Todos tem apenas um olho. Apesar de Mímir ser o mais sábio entre os deuses, Odin é que entrou para a história como deus da sabedoria. A explicação, segundo alguns historiadores, é que Mímir não pertencia ao principal clã dos deuses, os Æsir, já que havia nascido em Jötunheim, terra dos gigantes. Sua origem o fez ser esquecido em muitas regiões da Escandinávia, já que a maior parte dos povos adorava somente os deuses Æsir.

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    Freya

    Principal deusa do clã dos Vanir, Freya (também conhecida como Freia e Freyja) é comumente associada à natureza. Os Vanir, clã que rivaliza com os Æsir em vários momentos, são deuses mais ligados à paz, à harmonia e à natureza. Freya costuma ser associada à compaixão, à beleza, à magia e à fertilidade. As sagas islandeses dizem pouquíssimo a respeito dos Vanir e de Vanaheim, o mundo onde eles vivem. Freya é uma das poucas deusas descritas nas Eddas porque foi entregue pelos Vanir aos Æsir após uma grande guerra, como ato de boa vontade para promover uma troca de conhecimento entre os dois clãs. Em algumas versões das lendas, Freya e Frigga são a mesma deusa, esposa de Odin. O mais aceito, porém, é que as duas são deusas diferentes e que Odin ordenou que Freya comandasse suas valquírias, as responsáveis por conduzir os mortos em batalha para Valhalla. Alguns poemas mais recentes do que as Eddas dão conta de que Freya "desviava" alguns guerreiros e guerreiras derrotados em guerras para seu próprio palácio, conhecido como Fólkvangr, porque temia a fúria de Odin no Ragnarök e desejava ter seu próprio exército no dia da batalha final.

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    Frey

    Irmão gêmeo de Freya, Frey (também chamado de Frej e Freyr) também é do clã dos Vanir. Ele foi designado para reinar em Álfheim, o reino dos elfos de luz, responsáveis pela vegetação dos nove reinos. Estátuas e ídolos encontrados por arqueólogos geralmente representam Frey com o falo ereto, o que leva à conclusão de que ele costumava ser associado à fertilidade, à virilidade e ao erotismo. Frey foi bastante popular na Suécia, prova disso é que em algumas regiões da Islândia, por exemplo, ele é conhecido como Síadoð, que significa "deus sueco". Templos encontrados na região de Uppsala, um dos maiores assentamentos vikings da Suécia, escondiam vestígios de grandes estátuas representando três deuses: Odin, Thor e Frey, o que leva a crer que este Vanir recebia a mesma devoção dos dois maiores deuses Æsir

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    Njord

    Njord (também conhecido como Njörðr) é o maior deus do clã dos Vanir, pai de Freya e Frey. É considerado o deus dos mares e dos marinheiros. Normalmente é representado como um barqueiro. Como os deuses Æsir foram mais descritos nas Eddas e nos textos posteriores, não restaram muitos textos que têm Njord e outros Vanir como protagonistas, mas historiadores consideram que ele tinha a mesma importância para o seu clã quanto Odin era importante para os Æsir

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    Surt

    Surt (também conhecer como Surtur) é um gigante de fogo que guarda o reino de Muspelheim. Para alguns estudiosos da mitologia nórdica, Surt não é considerado um deus, apenas o senhor do mundo do fogo. Ele é normalmente descrito como uma criatura raivosa e impiedosa, não muito adepta ao diálogo. Segundo as lendas mais aceitas do Ragnarök, na batalha final, enganado por Loki, o gigante de fogo castigará os nove reinos com chamas que não poderão ser apagadas

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