O Quatrilho, Orfeu Negro e mais: relembre indicações brasileiras ao Oscar
Foi divulgada no dia 22 de janeiro a lista dos indicados ao Oscar 2019. O Brasil tinha apenas uma possibilidade de participar, com o longa animado "Tito e os Pássaros" na categoria de melhor animação, mas o filme acabou ficando de fora.
Um filme brasileiro não é representado no Oscar desde 2016, quando "O Menino e o Mundo" concorreu ao prêmio de melhor animação. Já a última participação brasileira foi em 2018, com o diretor Carlos Saldanha concorrendo com o filme de animação "O Touro Ferdinando".
Relembre a seguir as produções brasileiras que já foram indicadas ao Oscar.
-
1945 - Melhor Canção Original
A primeira vez que o Brasil se fez presente na cerimônia do Oscar foi em 1945. O representante foi o compositor Ary Barroso, com a música "Rio de Janeiro", que fez parte do filme norte-americano "Brazil". A vitória não veio e o prêmio ficou com "Swinging on a Star", do filme "O Bom Pastor"
-
1960 - Melhor Filme Estrangeiro
"Orfeu Negro" venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1960. Coproduzido por Brasil, França e Itália, o filme mistura elementos da mitologia grega com ambientação no Carnaval do Rio de Janeiro. O longa mostra Eurídice (Marpessa Dawn) e Orfeu (Breno Mello), que vivem uma história de amor em meio às comemorações do Carnaval na Cidade Maravilhosa
-
1963 - Melhor Filme Estrangeiro
"O Pagador de Promessas", dirigido por Anselmo Duarte, fez sucesso internacional e participou da Palma de Ouro no famoso Festival de Cannes, na França. O protagonista é Zé do Burro (Leonardo Villar), que tenta cumprir a promessa de carregar uma pesada cruz de madeira do interior onde mora até a igreja de Santa Bárbara, em Salvador. Apesar da indicação ao Oscar, não venceu
-
1979 - Melhor Documentário
Filme coproduzido por Brasil, França e Bélgica, "Raoni" fala sobre a vida do índio Raoni Metuktire e a sua luta pela preservação da Amazônia. A narração em inglês foi feita pelo ator Marlon Brando. Não venceu o Oscar de Melhor Documentário, mas fez Raoni ser reconhecido como um dos mais importantes ativistas indígenas do Brasil
-
1982 - Melhor Documentário
Dirigido pela brasileira Tetê Vasconcellos em parceria com Glenn Silber, o documentário "El Salvador: Another Vietnam" é uma produção americana com uma pitada de Brasil na figura da cineasta. Concorreu, mas não venceu a disputa para ser o melhor documentário no Oscar de 1982
-
1986 - Melhor Filme e Melhor Diretor
Filme brasileiro com produção em conjunto com os Estados Unidos, "O Beijo da Mulher Aranha" teve um mix de elenco formado por atores do Brasil e EUA. Concorreu ao Oscar de Melhor filme, mas não venceu. O argentino naturalizado brasileiro Hector Babenco ainda concorreu como melhor diretor, mas também não venceu
-
1993, 1994 e 2000 - Melhor Direção de Arte
Em três oportunidades, a brasileira Luciana Arrighi (direita) concorreu ao Oscar através da categoria Melhor Direção de Arte. Com os filmes "Howards End" (1992), "The Remains of the Day" (1993) e "Anna and the King" (1999), a artista brasileira venceu apenas uma vez, no Oscar de 1993
-
1996 - Melhor Filme Estrangeiro
Em 1996, o longa "O Quatrilho", dirigido por Fábio Barreto e estrelado por Glória Pires e Patrícia Pillar, concorreu ao prêmio de Melhor Filme Estrangeiro. O filme conta a história de dois casais amigos que resolvem morar na mesma casa, levando a uma trama de romance e traição
-
1998 - Melhor Filme Estrangeiro
Outra indicação de melhor filme estrangeiro aconteceu em 1998. O longa "O Que é Isso, Companheiro?", estrelado por Pedro Cardoso e dirigido por Bruno Barreto, conta, misturando acontecimentos reais e ficcionais, a história do sequestro de Charles Burke Elbrick, embaixador dos Estados Unidos no Brasil, que aconteceu em 1969
-
1999 - Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz
Um dos momentos mais emblemáticos do Brasil no Oscar aconteceu em 1999. O filme "Central do Brasil", dirigido por Walter Salles, concorreu ao prêmio de melhor filme estrangeiro. Além disso, a atriz Fernanda Montenegro foi indicada ao prêmio de melhor atriz. As vitórias não vieram, mas foi extremamente importante a presença do Brasil na premiação daquele ano, valorizando o cinema brasileiro internacionalmente
-
2001 - Melhor Curta-metragem em Live-action
Baseado em depoimentos de Aziz Adib Naufal, o curta-metragem "Uma História de Futebol" relembra histórias da infância de Pelé, um dos maiores nomes da história do esporte. Não venceu o Oscar, mas foi bastante premiado em festivais como o de Gramado
-
2003 e 2004 - Melhor Filme de Animação e Melhor Curta-metragem de Animação
O diretor Carlos Saldanha participou de duas edições seguidas do Oscar, mas não conseguiu a estatueta. Em 2003, concorreu pela direção do aclamado filme "A Era do Gelo". Em 2004, foi a vez do curta animado "A Aventura Perdida de Scrat", também pertencente ao universo de "A Era do Gelo" e dirigido novamente por Saldanha
-
2004 - Melhor Diretor, Roteiro Adaptado, Edição e Fotografia
Em 2004, o Brasil esteve presente com força no Oscar em diversas categorias importantes. Pelo filme "Cidade de Deus", Fernando Meirelles concorreu ao prêmio de melhor diretor. Ainda tiveram indicações aos prêmios de melhor edição, melhor roteiro adaptado e melhor fotografia
-
2011 - Melhor Documentário
O documentário "Lixo Extraordinário" mostra o trabalho feito pelo artista plástico Vik Muniz com catadores de lixo no aterro do Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro. O filme foi produzido em parceria por Brasil e Inglaterra. A maioria dos diálogos é em inglês, mas há momentos em português, principalmente quando são entrevistados os moradores do Jardim Gramacho
-
2012 - Melhor Canção Original
Pelo filme "Rio", a dupla Sérgio Mendes e Carlinhos Brown, cantores e compositores brasileiros, concorreram ao prêmio de Melhor Canção Original. A música escolhida foi "Real in Rio", que acabou perdendo para "Man or Muppet", o que muitos críticos consideraram uma escolha injusta
-
2015 - Melhor Documentário
"O Sal da Terra" é um documentário que mostra a vida e obra do fotógrafo Sebastião Salgado pelos olhos de Juliano Ribeiro Salgado, filho de Sebastião, e Wim Wenders, fotógrafo e cineasta fã do trabalho de Salgado. Não venceu o Oscar, mas levou o prêmio César, considerado o "Oscar Francês"
-
2016 - Melhor Filme de Animação
Dirigido por Alê Abreu, "O Menino e o Mundo" foi a última produção totalmente brasileira a concorrer na cerimônia do Oscar. O prêmio de Melhor Filme de Animação em 2016 ficou com "Divertida Mente"
-
2018 - Melhor Filme de Animação
A última participação brasileira no Oscar até o momento foi em 2018. Carlos Saldanha foi o diretor responsável pelo longa animado "O Touro Ferdinando", que concorreu e perdeu o Oscar de Melhor Filme de Animação para "Viva - A Vida é uma Festa"