Topo

Guerra da Síria: 11 fatos para entender o conflito

07/02/2019 14h00

A Guerra da Síria começou em 2011 e se tornou um conflito global com a interferência dos Estados Unidos e países europeus. Em janeiro de 2019, o governo norte-americano anunciou que irá começar o processo de retirada de suas tropas do país e, para entender melhor o conflito, resolvemos trazer alguns fatos sobre esta guerra que já dura quase oito anos.

  • Imagem: Reprodução/Al Arabiya English
    Imagem: Reprodução/Al Arabiya English

    Quando começou

    A Guerra Civil na Síria começou por volta de março de 2011, quando explodia nos países do Oriente Médio o que ficou conhecido como a Primavera Árabe. Algumas manifestações populares resultaram na queda dos presidentes da Líbia, Tunísia, Egito e do Iêmen, este último um país que também se encontra em estado de guerra até os dias de hoje

  • Imagem: Reprodução/Coffee House - The Spectator
    Imagem: Reprodução/Coffee House - The Spectator

    O motivo

    No caso específico da Síria, um dos estopins para o início da guerra foi quando o governo do presidente Bashar al-Assad prendeu de forma arbitrária jovens que haviam sido acusados de pichar escolas com mensagens contra o seu mandato. Assad impossibilitou qualquer diálogo e, nessa época, começou um regime opressor, com viés religioso e ideológico fortemente marcado entre oposições presentes no país

  • Imagem: Reprodução/European Youth Voice
    Imagem: Reprodução/European Youth Voice

    Manifestações

    Tais prisões resultaram em uma série de manifestações por todo o país, que, no início, tinham caráter pacífico e contavam apenas com pessoas desarmadas. Apesar disso, o governo reprimiu de forma violenta todas as manifestações e, já na primeira, quatro pessoas foram mortas. Em poucos dias, o número de manifestantes mortos já chegava a 60 e, em julho de 2011, aqueles que se manifestavam começaram a reagir com tiros contra a polícia. foi então que surgiu o Exército Livre da Síria, grupo de oposição ao governo de Assad formado por civis e militares desertores

  • Imagem: Reprodução/Anistia Internacional
    Imagem: Reprodução/Anistia Internacional

    Violações extremas

    Desde o início do conflito, a ONU acusa o governo de Bashar al-Assad de cometer graves violações contra os cidadãos de seu país. Entre elas, a prática de torturas, mortes, violações sexuais e desaparecimentos de milhares de pessoas, incluindo de crianças. Além disso, Assad também é acusado pela criação de 27 centros de detenção que praticam os crimes citados. De acordo com a Anistia Internacional, somente na prisão de Saindnaya (foto), já foram aproximadamente 13 mil pessoas torturadas e/ou executadas por enforcamento

  • Imagem: Reprodução/Burning Country
    Imagem: Reprodução/Burning Country

    Bombas

    Outra acusação feita pela ONU contra Assad diz respeito ao lançamento de bombas químicas contra civis. Somente em 2013, por exemplo, o governo da Síria foi acusado de lançar bombas de gás sarin em duas ocasiões, nas cidades de Khan al-Assal e Ghouta Oriental, mais precisamente na região de Damasco. As bombas causaram a morte de aproximadamente 1.400 pessoas

  • Imagem: Reprodução/Center for Strategic and International Studies
    Imagem: Reprodução/Center for Strategic and International Studies

    Guerra global

    As ações arbitrária do governo sírio fizeram com que outros países passassem a interferir no conflito. Em 2011, o então presidente dos Estados Unidos Barack Obama pede a renúncia de Assad e, com a negativa, passa a aplicar sanções e congelar investimentos sírios em seu país. A ação também é tomada por alguns países da União Europeia. Em 2013, Obama chega a armar secretamente os rebeldes que compõem a oposição ao governo. O conflito passa, então, a ganhar um caráter global, já que, na outra ponta, a Rússia, em oposição aos Estados Unidos, mantém uma relação mais próxima com o ditador sírio

  • Imagem: Reprodução/Middle East Monitor
    Imagem: Reprodução/Middle East Monitor

    Estado islâmico

    Em 2014, o conflito ganha ainda novos contornos: o grupo Daesh, mais conhecido como Estado Islâmico, também entra na Guerra. O grupo, inicialmente ligado à Al-Qaeda, do Iraque, quer impor à força o seu regime em países do Oriente Médio. Na Síria, o Estado Islâmico também luta contra o governo de Assad, mas, por seu caráter também autoritário, ele se torna inimigo dos movimentos de oposição e pela independência do país. Ou seja: o Estado Islâmico é o inimigo em comum de todos os envolvidos na guerra

  • Imagem: Reprodução/TRT World
    Imagem: Reprodução/TRT World

    Entrada dos EUA e da Rússia

    Com todo o cenário descrito anteriormente, em 2014, os Estados Unidos anunciam formalmente sua entrada na guerra. Neste ano, os EUA iniciam os ataques aéreos contra bases do Estado Islâmico em solo sírio. No mesmo ano, a Rússia também anuncia sua entrada formal no país, também sob o pretexto de lutar contra o Estado Islâmico, que avançava fortemente na região. Porém, o governo russo acaba fortalecendo o governo de Assad, que passa a recuperar o controle de várias regiões

  • Imagem: Reprodução/Vox
    Imagem: Reprodução/Vox

    Abandonando o lar

    A guerra na Síria resultou no surgimento de milhões de refugiados do país. Mais precisamente, a ONU estima que são 5,5 milhões de sírios que deixaram seu país para se salvar. Além disso, dentro da própria Síria, são mais de 6 milhões de pessoas em situação de deslocamento interno. Os mais de 11,5 milhões totais de refugiados representam cerca de metade de toda a população do país, fazendo com que a Síria seja, atualmente, o país com o maior número de refugiados no mundo

  • Imagem: Reprodução/WBUR
    Imagem: Reprodução/WBUR

    Refugiados

    Os refugiados da Síria, em sua maioria, se deslocam para países vizinhos. São cinco países nos arredores, de acordo com a ONU, que mais recebem os sírios: Líbano, Jordânia, Turquia, Iraque e Egito. Só a Turquia recebeu mais de 3 milhões de refugiados, que, normalmente, se abrigam em comunidades de acolhimento nas zonas rurais e urbanas. E as condições de vida são péssimas: na Jordânia, 80% dos sírios que lá vivem estão abaixo da linha da pobreza, assim como no Líbano, onde 60% dos refugiados se encontram em miséria extrema, sobrevivendo apenas com 2,87 dólares por pessoa por dia

  • Imagem: Reprodução/The News Rep/Reuters
    Imagem: Reprodução/The News Rep/Reuters

    Por que Assad ataca a própria população?

    O presidente Bashar al-Assad é acusado de atacar a própria população síria, inclusive com armas químicas. Isso acontece porque o país é formado por diversas etnias, e umas acusam as outras de tentar tomar o poder para seu lado. Assad pertence à minoria alauita e chegou ao poder sucedendo o pai, Hafez al-Assad, que governou a Síria por 30 anos. Do outro lado, estão os curdos, que representam 9% da população e combatem o regime de Assad, os cristãos, turcomanos e outros grupos. Quando o governo Assad é acusado de matar sírios com armas químicas, ele está sendo acusado, principalmente, de atacar a população curda, e não os sírios em geral

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Guerra da Síria: 11 fatos para entender o conflito - BOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao BOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade

Listas