'Você é um merda': Bruno Henrique xingou árbitro após lance na mira da PF
Bruno Henrique não só recebeu o cartão amarelo no lance que gerou indiciamento da PF por estelionato e fraude no jogo entre Flamengo e Santos, em 2023, como também ofendeu o árbitro e foi expulso na sequência.
O que aconteceu
Bruno Henrique levou o cartão amarelo por falta dura em Soteldo, aos 50 do segundo tempo. O árbitro Rafael Rodrigo Klein explicou, em súmula, o motivo de advertir o jogador com o cartão que, mais tarde, geraria investigação e indiciamento.
Golpear um adversário de maneira temerária na disputa da bola. Rafael Rodrigo Klein, em súmula
Depois do amarelo, o atacante do Flamengo ofendeu o árbitro, que o expulsou e relatou o caso na súmula.
Informo que expulsei por decorrência do cartão vermelho direto, o atleta nº 27 da equipe C.R. Flamengo, o sr. Bruno Henrique Pinto, por me ofender com as seguintes palavras: "você é um merda", com o dedo em riste em direção ao meu rosto, após a marcação de uma falta e também após ter sido advertido com cartão amarelo. Após ser expulso, o atleta veio em minha direção, sendo contido pelos seus companheiros. Informo que me senti ofendido. Rafael Rodrigo Klein, em súmula
Bruno Henrique é indiciado
Bruno Henrique é suspeito de forçar o cartão amarelo para beneficiar apostadores. Ele foi indiciado pela Polícia Federal nesta terça-feira.
Três parentes do atleta também foram indiciados: Wander Nunes Pinto Júnior (irmão), Ludymilla Araújo Lima (cunhada) e Poliana Ester Nunes Cardoso (prima). A operação ainda mira em outras sete pessoas.
A investigação envolve uma série de mensagens extraídas do celular do irmão do jogador. A PF havia reunido quase 4 mil conversas no WhatsApp do aparelho do flamenguista, mas muitas delas estavam vazias.
Uma conversa entre Wander e Bruno Henrique, ocorrida no dia 29 de agosto de 2023, evidencia as suspeitas. Na ocasião, os dois falam sobre cartões amarelos, e o atleta cita o embate contra o Santos.
Alvo da PF
No fim do ano passado, Bruno Henrique já havia sido de uma operação da PF que apurava "possível manipulação do mercado de cartões".
Na ocasião, as autoridades foram à casa do atleta. Ele foi acordado pelos agentes, que levaram documentos e eletrônicos do atleta do Flamengo. Não há mandados de prisão.
Sede de empresa em que Bruno Henrique é sócio também foi alvo da PF. Agentes realizaram mandado na BH27 Oficial Ltda, empresa cujo nome é formado pelas iniciais do jogador e pelo número que ele usa no Flamengo, e na DR3 - Consultoria Esportiva Ltda.
Instalações do Flamengo também foram alvo dos policiais. Os agentes estiveram no Ninho do Urubu e na Gávea, sede social. No CT, foram ao quarto do jogador.