Abel defende Ríos e vê 'luta de boxe' em vitória do Palmeiras sobre o Cerro
O técnico Abel Ferreira saiu em defesa de Richard Ríos após a vitória do Palmeiras sobre o Cerro Porteño por 1 a 0, nesta quarta-feira, na Libertadores. O volante colombiano pediu silêncio depois de marcar o gol do triunfo e se desculpou posteriormente.
Quem sou eu para dizer o que quer que seja para o Ríos? Eu digo que futebol não é igreja. O espetáculo tem emoções e às vezes os jogadores têm reações que nem pensam, que surgem por algo que ouviram, mas o Ríos tem um coração top, trabalha muito, fez as pazes rapidamente. Ninguém é perfeito, depois os torcedores deram carinho. A atitude mais nobre quando erramos é pedir desculpas e procurar aprender.
Eu não tinha visto. Quando começou o segundo tempo e vi a torcida vaiando, se não fosse o Castanheira me falar, eu não teria entendido. Foi bom eles terem feito as pazes que fizeram. Jogamos juntos. Precisamos muito dos nossos torcedores, eles têm de ser o nosso 12° jogador. Abel Ferreira, em entrevista coletiva
O treinador palmeirense viu o jogo como uma luta de boxe. O Palmeiras encontrou dificuldades para vencer a defesa adversária.
Não há jogos fáceis hoje em dia. Cada palmo de terreno é disputado de forma agressiva, como foi hoje. No começo, foi complicado porque o tanque estava cheio, quase como um combate de boxe: nós atacamos, eles defendem. Eles atacam e nós defendemos. Abel Ferreira
O que mais ele disse?
Marcas do Paulistão: "Não vejo nenhuma equipe no Brasil com a fluidez que temos. Entendo que precisamos de dinâmica, fluidez, criatividade e isso vem muito com a frescura, tempo de recuperação que não temos. O Paulistão nos deixou marcas em termos físicos. É uma competição que temos de pensar muito bem internamente quanto clube. Quando vamos com força máxima, os danos colaterais foram demais."
Ritmo pesado: "Hoje, dentro do que é a nossa perspectiva, trocamos dois ou três jogadores. O time começou a pegar mais confiança ainda que com três dias de recuperação. Ainda há espaço para evoluirmos, há trabalho a se fazer sem tempo de treino. É esperar que ninguém se machuque mais porque, nesse ritmo, não vai ser fácil ter jogadores disponíveis para jogarmos 18 jogos em dois meses. Queremos um futebol intenso, dinâmico e estamos demorando a chegar lá."
Cansaço: "Essas viagens... Não há milagres, é um desgaste físico tremendo, mas não só isso, como também mental. Jogamos de dois em dois dias, não dormimos e o sono é um dos elementos mais restauradores e recuperadores do que são nossas capacidades físicas. Estamos aqui para a luta e sermos resilientes."
Ajuda da esposa: "Os torcedores têm dificuldade e eu também. Ontem, estava em casa e a minha mulher estava na cama. Eu peguei o caderno, comecei a fazer o time, ela olhou para mim e eu disse: 'não quer me dar uma ajuda?'. Ela disse para jogar com os mesmos, mas não pode ser assim. Está sendo um desafio novo para mim também e para os nossos jogadores. Eu arrisco quando troco, mas digo aos jogadores que confio neles, como foi com o Allan hoje. Esta rotatividade pode tirar alguma dinâmica de entrosamento, mas dá um ânimo e espírito aos jogadores. Isso nos ajuda a ganhar jogos. Não é só físico e mental, é esse espírito e mentalidade. É bom para eles estarem preparados para jogar."
Fase dos centroavantes: "Os centroavantes vivem de gols, mas eu, como treinador, há mais trabalhos do que só fazer gols. Às vezes, é só uma questão de paciência. Hoje, no meu VAR, era gol. Eles sabem que acreditamos neles. São jogadores diferentes e que podem jogar juntos. Não foi preciso hoje, mas pode acontecer e o clube acredita neles. São jovens e com margem de progressão absurda, mas claro que os gols trazem confiança e precisam disso. Vamos analisar os melhores caminhos para eles fazerem os gols. O Flaco entrou pouco tempo, mas é isso, eles precisam estar preparados. Ninguém mais do que os dois quer fazer gols, mas sem criar essa ansiedade, eles vão aparecer de forma natural."
Facundo Torres: "O Facundo tem de jogar do outro lado, mas está emprestado na esquerda. É um campeão, um guerreiro, joga onde for preciso. Se der as luvas, até goleiro ele vira. É quem mais temos utilizado, mas ele é robusto, resistente."
Felipe Anderson: "Acho mesmo que aquela posição dele nos pode dar mais, é bom para ele, para os torcedores passarem algum carinho para ele. Jogamos juntos. Sei da exigência deles, hoje estava o Jesus aqui e disse: 'mesmo depois de tudo o que vocês ganharam, eles não facilitam'. Os nossos jogadores sabem disso. É bom vê-lo mais dinâmico, feliz. É muito mais fácil quando as pessoas têm mais paciência. Ele tem qualidade, jogou em clubes extraordinários. Esse ano, pelas lesões que tivemos, ele jogou de 7, 11, 10... E se calhar, tem sido um dos jogadores que mais tenho prejudicado pelo o que a equipe precisa. É bom vê-lo fazer um bom jogo. Pode jogar muito bem ali, até fechar o corredor como lateral. É um atleta robusto, físico e com técnica."
Time para o Dérbi: "Sábado, vamos fazer a gestão de energia que tivermos que fazer para jogarmos com força máxima."
Ceará na Copa do Brasil: "Quem foi que tirou a bola [do sorteio]? Todos os anos a mesma coisa... Foda-se. Devemos substituir quem vai tirar a bola porque todos os anos tiram a bola errada. Está dando azar ao Palmeiras."