Mbappé reforça oposição à extrema direita: 'Não tenho medo de dar opinião'
Mbappé, atacante do Real Madrid, foi muito além do futebol e falou sobre machismo, depressão, racismo e política em uma entrevista que concedeu ao programa El Objetivo, da emissora espanhola Sexta. "Não tenho medo de dar opinião", disse.
O que aconteceu
Sobre política, Mbappé reforçou sua oposição à extrema-direita ao ser questionado sobre as críticas que recebeu nas eleições de 2023 por se posicionar contra a candidata Marine Le Pen. Na época, o atacante escreveu nas redes sociais: "Quero me dirigir a todos os franceses. Vemos que os extremos estão às portas do poder. Nós podemos mudar tudo".
Muitas vezes, em meu país, a primeira vez que falei [sobre política], algumas pessoas disseram: 'Por que você fala?'. Antes de ser um jogador de futebol, sou uma pessoa normal, que vive a vida, que vê as coisas que passa, que fica feliz, triste, bravo, e dou minha opinião com base nos meus valores que penso que são bons para mim e para o mundo Mbappé, ao programa El Objetivo
Mbappé criticou o machismo e citou a própria mãe, Fayza Lamari, responsável por sua carreira, para dar seu posicionamento. "As pessoas tinham uma imagem muito dura da minha mãe... e não querem muitas mulheres fazendo uma das coisas mais importantes do futebol".
O francês falou ainda sobre outro tema recorrente nos dias de hoje: a depressão. Ele relembrou quando perdeu dois pênaltis em uma semana pelo Real Madrid, em dezembro de 2024, e disse ter chegado 'ao fundo do poço' esportivamente. Negou ter passado por problemas de saúde mental, mas fez questão de ressaltar a importância do tema.
Somos humanos, temos nossas tristezas e nossas alegrias... e agora as pessoas não têm medo de falar sobre isso (...) Não somos super-heróis
Por fim, Mbappé respondeu sobre o racismo e disse que as ações dos jogadores para combatê-lo não têm sido suficientes.
É mais famoso no futebol, mas está presente na vida. Temos que parar, porém. Temos que fazer ações. Porque ao final, falamos, falamos, mas o que fazemos? Acho que os jogadores são mais solidários do que antes, mas quando vemos o que se passa nas partidas, não é suficiente. É melhor, mas não é suficiente