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Argentina x Brasil antecipa um mundo sem Messi e Neymar em campo

do UOL

Do UOL, em Buenos Aires

25/03/2025 05h30

Um Argentina x Brasil sem Messi e Neymar é daquelas coisas que nenhum dos dois lados queria. Mas não adianta negar. O cenário para o duelo de hoje, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, caminha para ser a realidade em um futuro que se desenha bem próximo.

Há 20 anos o principal clássico sul-americano não se via sem os dois principais nomes da geração atual. E o jogo de hoje, de certa forma, antecipa o futuro.

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E não foi por falta de vontade dos dois técnicos de contar com os dois. Tanto Messi quanto Neymar estavam nos planos de Lionel Scaloni e Dorival Júnior. Mas as questões físicas falaram mais alto.

No caso de Messi, trata-se de um sinal de uma despedida quase ensaiada, que vem sendo escrita em capítulos de ouro — como a Copa América 2024.

É curiosa essa relação. Ao mesmo tempo em que a Copa 2022 já foi ganha como se fosse a última dança do argentino, a proximidade de um ano e meio para o Mundial dos Estados Unidos, onde o camisa 10 atua, deixa no ar um clima de: "Será que vai dar?".

Neymar e Messi após a final da Copa América de 2021, no Maracanã - Ricardo Moraes/Reuters - Ricardo Moraes/Reuters
Neymar e Messi após a final da Copa América de 2021, no Maracanã
Imagem: Ricardo Moraes/Reuters

A imagem de Messi e Neymar, inclusive, foi usada ontem por Scaloni para reduzir a tensão que se formou em torno do clássico de hoje — muito pelas declarações de Raphinha a Romário sobre dar porrada, dentro e fora de campo.

De todo modo, Messi tem 37 anos, cinco a mais do que Neymar. O ocaso parece natural. Ainda que estivessem em campo, já seria um confronto em que os dois já passaram do auge.

Messi, pelo menos, ficou lá por bem mais tempo. E o problema atual, uma lesão no adutor da coxa esquerda, não é reflexo de um rompimento do ligamento no joelho, como é o caso de Neymar.

O que sobra sem eles?

Sem Messi, o 10 da Argentina se senta no banco: Angel Corrêa. Mas, por ora, todo mundo sabe que é algo provisório.

Não tendo Messi, o time se virou com um golaço de Thiago Almada diante do Uruguai, tem a boa fase de Julián Álvarez e um meio-campo consistente. A base já produziu um potencial craque, Echeverri, que chegou ao Manchester City na última janela.

Para a próxima Data Fifa, em junho, Scaloni disse que precisará ver se Messi estará em condições. Mas não falou em aposentar compulsoriamente o craque da seleção.

No lado brasileiro, já estamos mais acostumados a ver a camisa 10 nas costas de outro. Desde que Neymar se machucou, ela é de Rodrygo. A geração atual até tem o Vini Jr. como melhor do mundo — algo que Neymar não conseguiu. Mas só porque foi contemporâneo da do duelo de Messi com Cristiano Ronaldo.

A volta de Neymar à seleção está cercada de interrogações. Dorival quer contar com ele. Os jogadores anseiam muito pelo retorno do craque.

Esse foi o tom da Data Fifa atual, tanto que o técnico tinha desenhado a seleção inicialmente pensando no retorno do astro.

Coordenador da seleção, Rodrigo Caetano disse ao UOL que Neymar até traria leveza ao grupo.

O que é a seleção sem ele? Dorival ainda está tentando encontrar essa solução parcial. Por isso o time patina tanto, apesar de convocados promissores, como Endrick e Estêvão.

Quanto a Neymar, só ele (mentalmente e fisicamente) pode dar a resposta ao desejo por sua presença. O desafio é estabelecer uma sequência de jogos no Santos que justifique e dê segurança ao lugar sempre cativo na seleção.

Na última vez sem Neymar ou Messi, o Brasil era o atual campeão do mundo. Sapecou 4 a 1 na Argentina, na final da Copa das Confederações em 2005.

Hoje, o status de melhor seleção do planeta está do outro lado. Os argentinos irão se classificar à Copa se vencerem. Ao Brasil, não perder e estragar essa festa já será um bom resultado.

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