'Nunca perdi para a Argentina, que continue assim', diz atacante da seleção

No que depender do histórico de Matheus Cunha, a seleção brasileira pode ficar otimista em relação ao reencontro com a Argentina, terça-feira, pelas Eliminatórias. O atacante do Wolverhamton, que entrou durante a vitória sobre a Colômbia, lembrou hoje que nunca perdeu para a Argentina, ao longo de partidas pela seleção principal e das categorias de base (como a sub-23).
Cunha, inclusive, foi titular na última vez que a seleção brasileira pisou em solo argentino: o empate por 0 a 0, em 2021, nas Eliminatórias para a Copa do Qatar.
"Nunca perdi para a Argentina, que continue assim. Tenho jogos desde a base, que estou buscando maturidade, saindo da adolescência e passando para a vida adulta. Voltar agora e ter essa estreia nesse momento, comparando é parecido com agora. Argentina sai de Copa América e jogamos com tudo a favor deles e fazemos grande jogo, por detalhes não saímos vitoriosos. Outro jogo foi aquela partida que não teve, aquecemos e não entramos em campo. Espero que todo esse momento que eu tive seja levado em consideração. Espero continuar com essa boa reputação contra a Argentina, sem nunca ter uma derrota", disse Matheus Cunha.
A Argentina está um nível acima no momento? "Não considero. Eles, por mérito, têm esse bom momento após um título mundial. Mas pela capacidade individual, tantos embates que tenho contra jogadores. Jogo com De Paul no Atlético, jogo contra Enzo Mac Allister… Temos um nível tão alto quanto o deles. O momento que eles vivem por confiança é diferencial pré-jogo, mas a partir do momento que entramos em campo sabemos o respeito que haverá, não sinto vantagem até entrar em campo. Lá é 11 contra 11 e faremos o possível pela vitória".
Racismo. "Racismo é um tema difícil de abordar, existem questões que vão além do jogador de futebol. São questões de ser humano. Respeito é o princípio da humanidade, independentemente da cor, etnia, qualquer forma de preconceito. Apesar da infelicidade do presidente da Conmebol nas palavras, aquilo tem que ser mais claro para quem sofre se sentir abraçado, claramente compreendidas por quem pode ter status diferente na sociedade. Ajudando em qualquer aspecto. No que depender de nós faremos o possível para demonstrar compaixão. O mais importante é entender o que estamos indo disputar, e que possamos dar alegrias com o que fazemos dentro de campo".
Estreia como titular da seleção foi contra a Argentina, em 2021. Agora é reencontro. "Estar na seleção é sempre um momento muito gratificante para todos os jogadores. Estrear como titular contra a Argentina foi mágico, jogar outro jogo dessa dimensão é algo que só agradeço e tento a todo momento fazer o melhor. É um momento diferente em relação à primeira oportunidade como titular, mas como o Marquinhos bem falou um Brasil x Argentina é sonho para todos, tem peso diferente. Estamos muito tranquilos para fazer nosso melhor e impor dentro de campo o que a seleção brasileira é de verdade".
O que mais Matheus Cunha disse
Vai ser titular?
"Dorival não comentou comigo sobre o jogo".
Matheus Cunha centroavante a agora meia
"A minha pequena carreira começa numa função que exerço no meu clube hoje. Por questões de números, aquilo demonstrou para o externo o que não era o mais compreensível. Sou camisa 9 na Olimpíada com uma dupla de centroavante, eu sempre como o atacante que flutua. Já exercia, apesar de nomenclaturas diferentes, essa flutuação entrelinhas, criando. Volto agora em situação diferente, é mais fácil trabalhar com o que trabalho no dia a dia. É pouco tempo aqui para demonstrar, mas fico feliz por verem de uma forma que me sinto feliz de jogar. Vou fazer o meu máximo independentemente da posição, trabalho executado no clube é o que nos traz de volta aqui".
Está no auge?
"O momento no meu clube é de muita gratidão por tudo que eu trabalhei, busquei, por toda a dificuldade. Demonstro esse bom momento em campo. Fico feliz por esse reconhecimento do professor Dorival, por tudo que venho fazendo. Não quero parar por aqui, quero continuar trabalhando, melhorando, evoluindo. As oportunidades estão aí para serem aproveitados. Se for para começar o jogo, estarei preparado para fazer o que ele pede, me doar ao máximo para ajudar".
Cobrança por melhora e o toque em Vini Jr. para não levar cartão
"Sobre a atitude com o Raphinha com o Vini para sair o mais rápido possível era para ele não se prejudicar e nos prejudicar. Ele é o melhor do mundo e precisa estar com a gente. Somos novos, mas nos encontramos muito em seleções de base e nos clubes. Reconhecemos um momento diferente. Marquinhos é a principal liderança com 30 anos. Apesar de toda a carreira vitoriosa, entendemos que é a nossa liderança e pode melhorar ainda mais. Apesar da pouca idade, me vejo como alguém para dividir responsabilidade muito grande. Quero dar resultados a todo momento. Quanto mais entendermos que podemos dividir e compartilhar, a gente como grupo vai chegar em lugares mais altos".
Jogar como centroavante
"Vestir a camisa da seleção é para ajudar sempre, independentemente da posição. Estamos em momento de melhora, voltando para a seleção agora. Sinto que os meninos que estão aqui demonstram essa vontade de evoluir, é contagiante. Vou fazer o possível para ajudar, estar bem e retribuir a confiança".
Aproveitar oportunidade
"Graças a Deus meu nome está sempre próximo das convocações, mostra o bom trabalho no clube. Podemos controlar o dia a dia, então é chegar aqui e continuar vindo, eu sempre falo que é muito gratificante vestir essa camisa, fazer o máximo pelo que sempre sonhamos e podemos realizar. O mais importante, apesar do pouco tempo, é fazer o possível para adaptar, entender o que pedem. É meu primeiro trabalho com essa comissão, me ajudam desde o primeiro dia para entender rápido o que é pedido. É difícil mostrar em pouco tempo, diferente do clube, são dois treinos e tem que dar resultado, entender o que é passado a quem vem há mais tempo. Temos que estar preparados para entender um novo estilo, isso em conjunto ajuda muito a ter um excelente resultado dentro de campo".
Tripé do Wolverhampton no meio-campo, com André, João Gomes e Cunha?
"Tem pouco tempo de trabalho, qualquer semelhança no dia a dia ajuda a adaptar. Eu, João e André são meus amigos, estamos sempre juntos. Ajuda muito a continuar nessa amizade, esse entendimento. Podemos ajudar a seleção e estaremos no máximo de concentração e comprometimento".
Brasil sempre tinha controle com o Tite, mas agora não tem. Brasil pode ter menos a bola contra a Argentina? Contra-ataque pode ser uma arma?
"O período que eu trabalho com o Tite é de estabilidade maior, ele vinha de uma Copa do Mundo de 2018, os jogadores que ali estavam mais adaptados. O tempo é um diferencial grande. Dá para entender a quantidade de resultados e desempenho da equipe. O momento agora é de construção, apesar do pouco tempo a gente está em evolução grande, com muito a melhorar. Temos muitas coisas bem feitas. Com o pouco tempo de trabalho é difícil já mostrar o máximo que fazemos nos clubes, mas estamos adaptando com companheiros, estilo de jogo, estafe. São motivos para a evolução ser gradativa. A Argentina está em um momento diferente, compreensível depois de tudo que conquistaram. Não creio que terão entendimento que são superiores. Eu tenho embates contra os argentinos no dia a dia, tudo que eu ouço é de respeito com a seleção, com nossos jogadores. Espero que dentro de campo demonstremos tudo que as pessoas conseguem enxergar da nossa qualidade técnica, evoluir para um conjunto melhor. Espero que as qualidades individuais possam aflorar".