Fonseca se vê em casa em Miami e desponta como queridinho da arquibancada
O palco é nos EUA, mas o apoio massivo vindo das arquibancadas faz parecer que João Fonseca está jogando no Brasil. O novo fenômeno do tênis surge como a grande atração do Masters 1000 de Miami e está se sentindo "em casa" mesmo em outro país.
Brasil em peso
A torcida brasileira lotou o Hard Rock Stadium para os jogos do carioca de 18 anos. Fonseca teve a atmosfera a seu favor mesmo contra o norte-americano Learner Tien na estreia e foi ainda mais empurrado pelos fãs para despachar o francês Ugo Humbert, top 20 do ranking, na segunda rodada. O estádio foi colorido de verde e amarelo com bandeiras do Brasil e camisas da seleção, além de outros clubes brasileiros.
João até brincou sobre o clima na arquibancada na estreia: "Estou no Brasil?", escreveu na câmera após a vitória. Ele teve recentemente a experiência de jogar em sua cidade natal, mas a derrota na rodada de abertura do Rio Open foi um balde de água fria diante das expectativas criadas pela fase do jovem tenista. Nos EUA, a situação é outra.
O brasileiro seguiu se beneficiando do "fator casa" no duelo seguinte contra seu algoz na Copa Davis. Em fevereiro, Fonseca foi derrotado por Humbert no confronto entre países que foi disputado na França, com a torcida toda para o adversário. O troco não veio na mesma moeda, mas foi quase. Miami tem uma das maiores comunidades brasileiras nos EUA e foi território hostil para o francês.
Ele teve a chance dele com a torcida dele na França, eu tive aqui com a minha. Compareceram muitos brasileiros, estou muito feliz com o jogo que joguei hoje.
João Fonseca, após vencer Humbert em Miami
A próxima "invasão" dos torcedores brasileiros será na segunda, dia 24, para o duelo de João contra o australiano Alex de Minaur, número 11 do mundo. O horário será conhecido quando a organização divulgar a programação do dia. O rival do carioca avançou após vencer o chinês Bu por duplo 6/4.
Atração na casa
Fonseca vem tendo tratamento digno de estrela e só atuou na quadra principal do torneio em Miami. Número 60 do ranking, ele disputou os dois confrontos no Stadium, que tem a maior capacidade.
O palco de sua partida, inclusive, causou alvoroço ao seu trocado de última hora na segunda rodada. O duelo estava inicialmente marcado para a Grandstand, segunda quadra principal, mas a torcida foi pega de surpresa com a alteração às pressas. Com isso, muitos brasileiros que já estavam nas arquibancadas tiveram que correr para o Stadium para acompanhar o fenômeno brasileiro, que entrou em ação mais cedo.
A mudança pegou os torcedores desprevenidos, mas não João. Ele já havia sido avisado da possibilidade caso surgisse uma brecha na programação, e gostou da ideia. Para ele, quanto maior a quadra e mais torcida tiver, melhor.
Eu já sabia desde o começo do dia que poderia trocar. Se os jogos fossem rápidos, poderia trocar de quadra, teria uma janela ali até às 19h. Por mim, eu gostei, porque é uma quadra que já joguei a primeira rodada. Eu gosto de jogar com a torcida. Se tiver cada vez mais torcida, melhor para mim. Acho que a torcida me ajudou muito pelo lado mental.
João Fonseca
Fonseca só "batalha" contra cinco norte-americanos para ser disparado maior queridinho do público em Miami. Taylor Fritz (cabeça de chave número 3), Tommy Paul (#12), Sebastian Korda, Brandon Nakashima e Reilly Opelka também avançaram à terceira rodada. O brasileiro disputa a terceira rodada de um Masters 1000 pela primeira vez na carreira.