São Paulo defende perda de pontos e até eliminação em casos de racismo

Em meio aos recentes episódios de racismo no futebol, o São Paulo se manifestou nesta sexta-feira (21) a favor de punição esportiva para casos de discriminação racial.
Em nota, o clube do Morumbis informa que enviou à Fifa e à Conmebol um documento com propostas de punições.
O que aconteceu
O São Paulo protesta contra as medidas recentes adotadas pelas entidades em casos de racismo recentes, que acredita serem ineficazes, e aproveitou para divulgar em suas redes sociais as novas medidas sugeridas.
Indignado e preocupado com os recorrentes episódios de racismo no futebol, o São Paulo Futebol Clube reforça sua posição favorável à existência de sanções esportivas como forma de punição para casos de discriminação racial Nota oficial do São Paulo
A 1ª medida sugerida pelo São Paulo é a perda de 3 pontos pelos clubes cujos representantes cometam atos de racismo, sejam eles torcedores ou membros de comissão técnica.
O slogan da proposta, inclusive, é "Racismo = Menos 3 Pontos". O clube ainda sugere que a punição seja revertida para apenas 1 ponto caso haja identificação e punição criminal do responsável.
O São Paulo também propõe uma penalização financeira mais pesada em relação às medidas atuais. "O valor mínimo da multa para atos de discriminação racial deve ser de 500 mil dólares, reduzindo-se para 100 mil se houver identificação e punição criminal", diz a nota.
A terceira sugestão são-paulina trata da eliminação do time da competição em caso de reincidência, enquanto a 4ª sugestão trata da responsabilização dos árbitros.
Árbitros que não aplicarem corretamente o Protocolo de Racismo da Fifa devem ser sancionados, e a associação responsável pela arbitragem deve ser multada São Paulo Futebol Clube
O São Paulo ainda sugere mais duas medidas, uma sobre o registro dos infratores e outra sobre a transparência das punições, que deveriam ser públicas e amplamente divulgadas.
A ação do São Paulo ocorre neste dia 21 de março, Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, marco estabelecido pela ONU (Organização das Nações Unidas), e em meio à turbulência que tomou conta de clubes, federações e a Conmebol após casos de racismo envolvendo o jogador Luighi, do Palmeiras.
No rescaldo dos problemas causados na partida entre Cerro Porteño e Palmeiras, o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, ainda deu uma declaração desastrosa, em que, na prática, comparou o Brasil a um chimpanzé. O episódio provocou duras reações de presidentes de clubes, como Leila Pereira, do Palmeiras, que disse ter custado a acreditar que a declaração fosse verdadeira.