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Leila Pereira não irá a sorteio da Libertadores em protesto contra racismo

Leila Pereira, presidente do Palmeiras - Ettore Chiereguini/AGIF
Leila Pereira, presidente do Palmeiras Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF
do UOL

Colaboração para o UOL

16/03/2025 18h52

Leila Pereira avisou que não irá ao sorteio da fase de grupos da Copa Libertadores, que acontece nesta segunda-feira (17), em protesto contra o racismo. A declaração foi dada antes do apito inicial da final do Paulistão, contra o Corinthians, no Allianz Parque.

O que aconteceu

A presidente do Palmeiras disparou contra a 'pena ridícula' imposta pela Conmebol ao Cerro Porteño pelo racismo no caso Luighi. O clube paraguaio terá que pagar uma multa de US$ 50 mil (aproximadamente R$ 288,4 mil) à entidade e jogará com portões fechados.

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Eu não irei, o Palmeiras estará representado pelo nosso vice, Paulo Buosi. Não irei como forma de manifestação contra a pena ridícula imposta pela Conmebol ao racista e ao Cerro Porteño que reiteradamente vem praticando essa conivência com esses racistas, então não irei Leila Pereira, em entrevista à TNT Sports

Insatisfeito com as medidas da Conmebol, o Palmeiras enviou carta à Fifa pedindo maior rigor no combate aos crimes de injúria racial que vêm ocorrendo no futebol sul-americano. O clube alviverde afirmou que as penas são "inócuas" e "insuficientes" para combater casos de racismo.

Ainda estamos aguardando a resposta da carta da Fifa, e nós vamos insistir muito com isso, é um crime muito grave. Não podemos deixar que a Conmebol seja tão conivente com esse tipo de atitude. Então eu não irei, irá o Paulo. Vamos continuar insistindo para que tenham penas exemplares porque só assim vamos conseguir coibir esse tipo de crime

O documento enviado à Fifa, que teve endosso de outros clubes brasileiros, sugere multa de R$ 2 milhões e eliminação em caso de reincidência. O clube listou o histórico dos episódios de racismo nas competições e diz que a Conmebol trata a questão "sem a devida seriedade".

Vamos solicitar exclusão do Cerro [Porteño] da competição, porque não é a primeira vez que esse clube ataca os nossos atletas e torcedores. Em 2022 ficaram imitando macacos para os nossos torcedores e não aconteceu nada, em 2023 aconteceu com os nossos jogadores, o Tabata foi punido por denunciar o caso e não conseguimos reverter Leila Pereira, em coletiva na semana passada

Luighi vítima de racismo

Na semana passada, o atacante Luighi foi vítima de injúria racial de um torcedor do Cerro Porteño em partida da Libertadores sub-20. Ele levou uma cusparada, denunciou xingamento de "macaco" ao árbitro da partida e chorou no banco de reservas.

Luighi desabafou na entrevista após o jogo e se revoltou com a falta de uma pergunta sobre o episódio. A entrevista foi feita por um prestador de serviço da transmissão oficial da Conmebol, que é instruído protocolarmente a perguntar sobre o jogo. O atleta voltou a ir aos prantos.

É sério isso? Vocês não vão perguntar sobre o ato de racismo que fizeram comigo? É sério? Até quando a gente vai passar isso? Me fala... até quando a gente vai passar isso? O que fizeram comigo foi um crime, pô. Vocês vão perguntar sobre o jogo mesmo? A Conmebol vai fazer o que sobre isso? CBF, sei lá. Você não vai perguntar sobre isso? Não ia, né? Você não ia perguntar sobre isso. O que fizeram foi um crime comigo, pô. A gente é formação. Aqui é formação, pô. A gente está aprendendo aqui Luighi, na saída de campo

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