Técnico do Corinthians tirou sub-20 do 'pronto-socorro' e busca adaptação

O Corinthians estreia no Campeonato Brasileiro sub-20 hoje, às 20h30 (de Brasília), contra o Bahia. É o primeiro compromisso das Crias do Terrão desde a derrota por 3 a 2 para o São Paulo, na final da Copinha. Porém, o grupo que ainda vive um processo de adaptação ao técnico Orlando Ribeiro deve ter um 2025 de bons frutos na base.
O treinador, contratado em outubro de 2024 junto de seu preparador físico Juliano Dutra, ainda busca equilíbrio entre servir o profissional e o desempenho na base. Isso porque, antes de pensar no plano de ação para o trabalho, Ribeiro precisou tirar a categoria do "pronto-socorro" pelo iminente início da Copa São Paulo de Futebol Jr.
Na realidade, nós nos adaptamos ao clube, mas o ideal é que o clube também se adapte um pouquinho ao nosso trabalho. Eu acho que se tiver esse equilíbrio, tem tudo para dar certo. Agora, nós vamos ter mais tempo com a temporada 2025. O Brasileiro é difícil como é a Taça São Paulo, mas ele não é tão curto, tem tempo de recuperação, de observar mais. Em abril, acredito que vá começar também o Paulista. A gente ganha tempo na observação das categorias, ganha tempo para saber o que o profissional precisa. Já a Taça São Paulo dura 25 dias, que você joga um dia sim, um dia não. Então, por isso que a gente optou pela 'emergência'. Nós chegamos no pronto-socorro.
Orlando Ribeiro, técnico do Corinthians, ao UOL
Em 2024, as Crias do Terrão decepcionaram depois de levantar a taça da Copa São Paulo. No Brasileiro, a equipe amargou a 18ª colocação enquanto foi eliminada pelo Palmeiras nas quartas do Paulista.
Em menos de três meses, Ribeiro reformulou o elenco e levou a equipe à decisão da Copinha. O professor abriu o leque de mapeamento, mostrando talentos em categorias mais jovens e aproximou ainda mais o dia a dia com o time profissional.
Como adversário, nós já tínhamos visto que a campanha do Corinthians não estava boa, no Campeonato Brasileiro, no próprio Campeonato Paulista... Nós ainda pegamos dois jogos do Paulista, mas eram eliminatórios contra o Palmeiras, que também é uma equipe muito forte. Tínhamos que fazer um diagnóstico rápido. Por isso, nós antecipamos a Copinha de 2025 para 2024, para tentar um resultado melhor do que vinha acontecendo durante o ano. Procuramos meninos em outras categorias, que pudessem sustentar o jogo, que tivessem a qualidade e entendimento do que a gente pensa do futebol, do que o Corinthians precisa, e acredito que fomos muito felizes na escolha dos 30 convocados.
Orlando Ribeiro
Agora, com o projeto a médio e longo prazo, Orlando tenta equilibrar os pratos, principalmente após boa parte do elenco vice-campeão ser promovida ao time profissional. Os jovens devem "desfalcar" o sub-20 que vai disputar o Brasileiro durante o torneio.
Será um Brasileirão de dificuldades. Muitas dificuldades. Trabalho na base é médio, longo prazo. Nós que chegamos agora, tanto eu quanto o Juliano [preparador físico], estamos no início do nosso trabalho, da nossa cooperação para o Corinthians. Então, é um Campeonato Brasileiro difícil, mais difícil que foi a Copa São Paulo.
A gente tem que saber que [estamos aqui] para o que o profissional precisar. Mas também, se eles [os meninos promovidos] puderem vir para nos ajudar, serão muito bem-vindos, para que a gente também tenha um nível alto de experiência, não digo um alto nível tecnicamente, taticamente, mas de experiência, que é importante no Brasileiro.
Orlando Ribeiro
Como está a safra do Timão?
O Corinthians tem uma safra de sucesso na base, na visão de Ribeiro. Dentre os nomes do futuro, o professor destacou nomes do sub-16 em diante, mas apontou alguns mais prontos: os atacantes Gui Negão e Luiz Eduardo; o meia Bahia; o zagueiro Fernando Vera; e o lateral-esquerdo Denner. Outros juvenis também impressionaram, como o zagueiro Pedro Thomas e o atacante Nícolas.
Porém, Denner, de apenas 16 anos, não deverá trilhar seu futuro profissional no clube paulista, uma vez que já chamou atenção da Europa. O Timão tem negociação avançada com o Chelsea para vender a joia alvinegra por 12,5 milhões de euros (cerca de R$ 76,3 milhões).
É uma safra jovem, então alguns meninos que disputaram essa Copinha, ainda têm mais três ou quatro pela frente. É uma safra boa. Nós temos esse ano para observar o sub-17, para observar o sub-16, e aí nós vamos saber [mais nomes] do meio do ano para frente. É uma safra boa, porque são jovens e alguns já estão servindo o profissional.
Orlando Ribeiro