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1ª cheerleader brasileira comanda expansão dos Patriots: '2º maior mercado'

Lara Magalhães, do New England Patriots, ao lado da ginasta Rebeca Andrade - Reprodução instagram
Lara Magalhães, do New England Patriots, ao lado da ginasta Rebeca Andrade Imagem: Reprodução instagram
do UOL

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

02/01/2025 05h30

Lara Magalhães rompeu fronteiras e foi a primeira cheerleader brasileira do New England Patriots. Agora, quase que em um caminho inverso, é ela quem ajuda uma das principais franquias da NFL a derrubar barreiras e aproximar a bola laranja e oval dos fãs que moram no país em que o futebol é jogado com os pés.

O Brasil já é o segundo país em termos de mercado dos Patriots. Além do brasileiro, também temos o alemão, o austríaco e o suíço, mas o Brasil, realmente, é o segundo maior Lara Magalhães

Lara conversou com o UOL em uma passagem pelo Rio de Janeiro e falou não apenas sobre a expansão da marca dos Patriots, mas também de como a liga de futebol americano tem olhado para o país. Em setembro, por exemplo, a NFL desembarcou pela primeira vez na América do Sul para um duelo entre Philadelphia Eagles e Green Bay Packers na Neo Química Arena, em São Paulo.

Esse jogo em São Paulo foi um marco muito grande, importante no futebol americano e no Brasil. Para o setor esportivo como um todo, englobando turismo, economia. Tivemos vários indicadores de sucesso, e isso é muito positivo

Mas, então, os fãs dos Patriots podem esperar um jogo da equipe em breve em solo brasileiro? A diretora adota cautela, mas não esconde o desejo que isso possa acontecer em breve.

"Esperamos que sim, que quando a NFL decidir que é o momento certo, possamos jogar. Eu falo muito com os meus diretores. Estou sonhando todos os dias em trazer os Patriots para o Brasil, e não significaria só um jogo. Todas as vezes que tivemos algum tipo de ativação, vieram ex-jogadores, mascote, cheerleaders... A comunidade de New England vem e, para mim, é sempre muito especial", disse.

Ela, inclusive, acredita que o jogo realizado no estádio do Corinthians pode ter reflexos a médio e longo prazo. "O Brasil é o terceiro maior consumidor de NFL do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e do México. Com esse jogo de São Paulo, arrisco a dizer que isso pode mudar em breve. Neste cenário, acredito que seja importante ter uma pessoa que entende o contexto do país".

Lara Magalhães mudou-se para o Brasil para encabeçar o projeto — o marido e a filha ainda moram nos Estados Unidos, e ela faz viagens constantes. Em 2024, houve eventos em São Paulo, Salvador e Belo Horizonte, com presença de jogadores, além de uma ação em parceria com a CBF — o mascote esteve ao lado do Canarinho em um jogo da seleção em Brasília, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. As regiões Norte e Sul estão no mapa e há a ideia de que recebam eventos até o fim da temporada da NFL.

Nomes do esporte brasileiro também posaram com peças dos Patriots, como a ginasta Rebeca Andrade, a ex-jogadora de basquete Hortência e os jogadores de futebol Léo Ortiz, do Flamengo, e Lucas Silva, do Cruzeiro.

O Patriots é líder na expansão para o Brasil. Tivemos o primeiro podcast em português, o Semana Patriots. Isso é algo que temos muito orgulho. Os nossos fãs consomem isso de uma forma extraordinária. Acho que isso fala muito sobre aquilo que temos feito para o Brasil. Lembrando que o Patriots também foi pioneiro em ter o site em português da Liga, e, agora, estamos inserindo cada vez o Brasil dentro desse dia a dia

Lara admite que, apesar dos títulos no Super Bowl em 2014, 2016 e 2018, uma figura teve papel importante, mesmo que indiretamente, no sucesso do Patriots no Brasil.

O casal Gisele Bündchen e Tom Brady influenciou um pouco. Acho que foi uma junção dos melhores anos dos Patriots e também o casamento deles. Quando falávamos para os diretores que o Tom Brady, no Brasil, era conhecido como 'Giselo', eles não entendiam (risos). E somou-se a isso os bons resultados. O brasileiro costuma gostar dos times que são campeões

O que mais ela falou?

O flag football, modalidade "prima" do futebol americano, vai estar nas Olimpíadas de Los Angeles. Como vocês veem esse movimento? "Para os Patriots, é muito importante o desenvolvimento do flag, não só no Brasil. É uma modalidade que temos planos e temos conversado com a Confederação Brasileira de Futebol Americano, que cuida da modalidade, para que possamos entender como podemos colaborar. Nos Estados Unidos, levamos escolas da região para terem uma partida de flag durante o intervalo de um de nossos jogos. Então isso é muito legal porque isso traz um conhecimento para as pessoas."

Como se tornou cheerleader do Patriots. "A minha história com os Patriots começa aos meus 15 anos de idade, quando eu aprendi sobre o cheerleading. Estudava nos Estados Unidos, e a técnica que me tirou do vôlei era fanática pelos Patriots. Como os meus pais trabalhavam muito, eu ficava muito tempo com ela. Com 19 anos, eu volto para o Brasil e crio a primeira associação de cheerleading do Brasil, que foi a Associação Mineira de Cheerleading, e chamou a atenção do Cruzeiro."

No Cruzeiro, começo a seguir carreira profissional de cheerleader, em 2017. Enviei um e-mail para os Patriots para entender justamente onde poderíamos melhorar. Então, uma diretora dos Patriots me fez um convite para a seletiva. No primeiro ano, não passei. No segundo ano, veio pandemia e, no terceiro, consegui. Continuei estudando estratégicas de negócios e sou pós-graduada em gestão esportiva, com mestrado em estudos olímpicos. Acredito que isso tenha sido um dos grandes fatores para que hoje eu gerencie a nossa expansão no Brasil."

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