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Por que furto de grama sintética de fornecedora do Allianz espanta mercado

do UOL

Do UOL, em São Paulo, Rio e Santos

30/12/2024 05h30

O furto de aproximadamente 8.000 m² de grama sintética no depósito da empresa SoccerGrass, fornecedora do estádio do Palmeiras, espanta não só a própria empresa, mas também quem faz parte do mercado de campos artificiais.

Por quê?

Ocorrências desse tipo são extremamente incomuns.

Por entender que esse material não é tão visado no mercado é que a Soccer Grass não tinha seguro para os rolos de grama furtados.

A empresa vai ter que assumir o prejuízo estimado em R$ 1,3 milhão caso o material não seja recuperado.

As gramas que chegam para os depósitos no Brasil geralmente são feitas por encomenda da Europa e já vêm sob medida.

Elas chegam e são remetidas sem muita demora para o campo de destino.

O que geralmente fica mais em estoque é uma linha mais barata das gramas sintéticas. Mas mesmo assim, até agora, as empresas não viam ameaça ao material.

É por isso que a Soccer Grass acredita que os envolvidos na ação conheciam o local e tinham informação privilegiada.

Outro fator é que, segundo a administração da empresa, os bandidos sabiam onde estavam os equipamentos de monitoramento e segurança. O material foi danificado, e o local de armazenamento foi levado.

Nunca passamos por uma situação nem perto dessa em 30 anos.
Alessandro Oliveira, presidente da SoccerGrass

Como funciona o mercado

Até concorrentes se espantaram com o que aconteceu.

"Quem rouba uma mercadoria dessa tem que instalar em algum lugar. O mercado é pequeno e todo mundo se conhece. Cada empresa tem um tipo de produto. É difícil bater. E é difícil alguém roubar e revender uma metragem dessa. Essa grama vai aparecer em algum lugar e todo mundo vai saber", disse Lucas Montez, diretor comercial da Total Grass.

Em vez de ataque direto ao depósito, o que pode acontecer é roubo durante o transporte da grama ao local de destino. Mas não por ser grama, em si, mas uma carga em algum caminhão passando pela estrada.

Nova carga ajuda a cobrir buraco

O material furtado da Soccer Grass iria para Santa Catarina, em um CT em Balneário Camboriú construído com verba do legado da Fifa após a Copa do Mundo.

Dos 16 centros de treinamento que serão construídos, 12 têm fornecimento de grama sintética da SoccerGrass. E quatro dos 12 já estão com o material no canteiro de obras.

A SoccerGrass já tem outros carregamentos chegando ao fim de janeiro e vai redirecionar os recursos que tem à disposição para compensar o desfalque na obra catarinense.

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