Por que furto de grama sintética de fornecedora do Allianz espanta mercado
O furto de aproximadamente 8.000 m² de grama sintética no depósito da empresa SoccerGrass, fornecedora do estádio do Palmeiras, espanta não só a própria empresa, mas também quem faz parte do mercado de campos artificiais.
Por quê?
Ocorrências desse tipo são extremamente incomuns.
Por entender que esse material não é tão visado no mercado é que a Soccer Grass não tinha seguro para os rolos de grama furtados.
A empresa vai ter que assumir o prejuízo estimado em R$ 1,3 milhão caso o material não seja recuperado.
As gramas que chegam para os depósitos no Brasil geralmente são feitas por encomenda da Europa e já vêm sob medida.
Elas chegam e são remetidas sem muita demora para o campo de destino.
O que geralmente fica mais em estoque é uma linha mais barata das gramas sintéticas. Mas mesmo assim, até agora, as empresas não viam ameaça ao material.
É por isso que a Soccer Grass acredita que os envolvidos na ação conheciam o local e tinham informação privilegiada.
Outro fator é que, segundo a administração da empresa, os bandidos sabiam onde estavam os equipamentos de monitoramento e segurança. O material foi danificado, e o local de armazenamento foi levado.
Nunca passamos por uma situação nem perto dessa em 30 anos.
Alessandro Oliveira, presidente da SoccerGrass
Como funciona o mercado
Até concorrentes se espantaram com o que aconteceu.
"Quem rouba uma mercadoria dessa tem que instalar em algum lugar. O mercado é pequeno e todo mundo se conhece. Cada empresa tem um tipo de produto. É difícil bater. E é difícil alguém roubar e revender uma metragem dessa. Essa grama vai aparecer em algum lugar e todo mundo vai saber", disse Lucas Montez, diretor comercial da Total Grass.
Em vez de ataque direto ao depósito, o que pode acontecer é roubo durante o transporte da grama ao local de destino. Mas não por ser grama, em si, mas uma carga em algum caminhão passando pela estrada.
Nova carga ajuda a cobrir buraco
O material furtado da Soccer Grass iria para Santa Catarina, em um CT em Balneário Camboriú construído com verba do legado da Fifa após a Copa do Mundo.
Dos 16 centros de treinamento que serão construídos, 12 têm fornecimento de grama sintética da SoccerGrass. E quatro dos 12 já estão com o material no canteiro de obras.
A SoccerGrass já tem outros carregamentos chegando ao fim de janeiro e vai redirecionar os recursos que tem à disposição para compensar o desfalque na obra catarinense.