Zubeldía vai da alegria à teimosia em 1º ano de gangorra no São Paulo
Quando Luis Zubeldía foi contratado como novo técnico do São Paulo e passou os primeiros 12 jogos invicto, o torcedor são-paulino gritava aos quatro ventos a frase 'Zubeldía e alegria' para se referir ao novo comandante. No entanto, com o passar do tempo, a alegria foi se tornando 'teimosia' na boca dos são-paulinos em um final de 2024 longe da unanimidade de outrora.
Zubeldía foi confirmado como técnico do Tricolor para a temporada 2025, mas por vezes foram levantadas ressalvas com seu trabalho por diversos lados, tanto da direção quanto do torcedor. Conta a seu favor os resultados: duas eliminações por muito pouco nas copas e a melhor colocação no Brasileirão desde 2020.
Por outro lado, as críticas pairam em dois fatores: a pouca utilização das categorias de base e o esquema tático 4-2-4. O desenho é o mesmo utilizado por seu antecessor Thiago Carpini, demitido sob o pretexto de falta de criação de jogadas.
O Tricolor teve altos e baixos na temporada, com jogos nos quais o sistema tático funcionou bem e outros em que o São Paulo pouco chutou a gol. Só que, por vezes, mesmos nos jogos com atuações fracas, o time de Zubeldía conseguiu sair vitorioso.
As duas críticas já foram respondidas por Zubeldía de forma clara: maior planejamento para utilizar a base e um reforço para a camisa 10. O argentino falou sobre sua vasta experiência com categorias de base e pediu tempo para utilizar os garotos. Ele também deixou claro que quer um jogador que funcione pelo centro e que os que fizeram parte do elenco em 2024 não serviam para essa função.
O pedido de reforços também marca uma nova fase de Zubeldía no São Paulo. Se no começo ele delegava qualquer questão sobre reforços para a diretoria, nas últimas coletivas do ano passou a responder diretamente e chegou a citar que gostaria de cinco nomes para 2025.
Segundo a diretoria tricolor, o argentino é hoje 'coautor' do projeto do São Paulo para 2025. O treinador está mais envolvido do que nunca nas negociações, chegando a ligar para o meia Oscar.
No entanto, em um cenário de corte de gastos para se adequar ao FIDC (Fundo de investimento em direitos creditórios), o São Paulo da próxima temporada vai precisar de muito mais da faceta 'ousadia' do que da faceta 'teimosia' do treinador argentino.