Gerson superou problema grave, virou líder do Flamengo e titular na seleção
Gerson foi o jogador mais importante do Flamengo em 2024. Incontestável e mais "coringa" do que nunca, o camisa 8 superou um problema grave nos rins para terminar a melhor temporada da carreira como líder do rubro-negro e titular absoluto na sonhada seleção brasileira.
Confiança interrompida
Gerson recebeu a faixa de capitão de Tite definitivamente no começo de 2024. Na chegada do clube, o treinador costumava repetir o que fazia na seleção brasileira com revezamento em vários momentos. No entanto, o meio-campista chegou para ficar.
Mas foram só três meses em campo até o episódio mais complicado da carreira do camisa 8. Ele jogou seis partidas pelo Campeonato Carioca até sentir um incômodo no Ninho do Urubu. No dia, treinou com os companheiros e fez a reclamação ao departamento médico de dores abdominais. Em 18 de fevereiro, foi levado ao hospital e diagnosticado com hidronefrose renal, um problema no rim.
Ele ficou dois dias internado e novos exames indicaram a necessidade de cirurgia. O procedimento aconteceu em 1º de março. O tempo de recuperação era de aproximadamente dois meses, mas Gerson fez de tudo para retornar o mais rápido possível e em 14 de abril já estava em campo novamente pelo Campeonato Brasileiro.
Não quis ser poupado
A recuperação, claro, inspirava cuidados, mas Gerson não quis saber muito. Mesmo sentindo dores, queria jogar a qualquer custo e reclamava quando Tite optava por usá-lo poucos minutos. Esse problema no rim poderia fazer o Coringa nunca mais voltar a entrar em campo e, por isso, ele tinha urgência de voltar.
Por isso, depois que retornou, ele fez 40 jogos consecutivos somando Flamengo e seleção brasileira. Jogou mais do que qualquer um no período. No total, foram 56 partidas, sendo 50 como titular no rubro-negro. Marcou quatro gols e deu nove assistências.
Gerson deixou a saúde de lado mais de uma vez pelo Flamengo. Na semifinal contra o Corinthians na Copa do Brasil, tomou remédio na veia para melhorar de uma gripe e dores no corpo. Ele foi um dos principais responsáveis por motivar o time após a perda de Bruno Henrique, expulso.
Líder nato
Gerson incorporou o espírito de capitão do Flamengo e virou a voz da comissão técnica dentro do campo. Se já tinha sido importante para o clube tecnicamente em outros momentos, ele assumiu uma grandeza ainda maior no elenco em 2024.
O meio-campista é voz ativa. Dos treinos aos jogos, o volante se consolidou como referência dentro do grupo. Ele é bastante comunicativo e fala o tempo todo com os companheiros, especialmente os mais novos. Com os garotos, a relação é de pai, com conselhos para o jogo e também a vida.
Gerson faz questão de ser exemplo. Ele é sempre um dos primeiros a chegar no Ninho do Urubu e um dos últimos a deixar o clube. Também faz trabalhos complementares no CT para se manter 100%.
Tite entendeu Gerson como peça fundamental e Filipe Luís também. Ele manteve o status independentemente da mudança no comando e, caso não haja uma reviravolta por uma saída, seguirá desta maneira. O jogador já tinha sido procurado pela diretoria antiga para renovar o contrato e receber um aumento salarial. Agora, isso está nas mãos do novo presidente.
Seleção brasileira
Mesmo com o ano brilhante pelo Flamengo, Gerson só voltou à seleção brasileira em setembro. Convocado pela primeira vez com Dorival Jr, chegou para nunca mais sair.
Gerson tinha tido outras cinco oportunidades pela seleção antes desse ano. Em 2021, foi utilizado em quatro partidas, enquanto em 2023 fez apenas uma com Fernando Diniz.
Foi só no segundo jogo da segunda Data Fifa que ele virou titular. Contra o Peru, mostrou que não podia ser reserva em uma seleção ainda bastante instável. Nos últimos jogos das Eliminatórias de 2024, iniciou ambos, contra Venezuela e Uruguai, quando marcou o primeiro gol com a camisa brasileira.