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'Zebra', Pachuca vai à final contra Real Madrid sem torcida e imprensa

Rondón comemora seu gol sobre o Botafogo: Pachuca chega como "zebra" em final com Real Madrid - X do Pachuca / @Tuzos
Rondón comemora seu gol sobre o Botafogo: Pachuca chega como "zebra" em final com Real Madrid Imagem: X do Pachuca / @Tuzos
do UOL

Do UOL, em Doha (Qatar)

15/12/2024 05h30

A cena foi emblemática. A coletiva do Botafogo havia acabado e, automaticamente, os jornalistas brasileiros se levantaram. Foi quando uma funcionária da Fifa solicitou, gentilmente, que eles permanecessem na sala de imprensa para as entrevistas do Pachuca, algo que já aconteceria, mas que gerou preocupação prévia da entidade máxima por um motivo: não se notou representantes da mídia mexicana.

Nas arquibancadas a situação também foi parecida naquelas quartas de final. Em um jogo vazio, onde sequer o setor superior do estádio 974 abriu, o pouco barulho que se ouvia eram dos torcedores do Botafogo e, pasmem, da torcida do Al Ahly, que sequer estava em campo e já tinha lugar garantido na semifinal.

Não bastasse este cenário, o Pachuca viu seus adversários serem colocados como favoritos nos dois jogos: contra o Botafogo, pela questão técnica. Diante do Al Ahly, em função do estádio totalmente tomado pelos egípcios.

"Zebra" da Copa Intercontinental, o time mexicano esteve praticamente sozinho em Doha até aqui e, mesmo diante de um ambiente totalmente desfavorável, mandou o Alvinegro para casa com um acachapante 3 a 0 e depois calou o 974 ao vencer o Al Ahly nos pênaltis na semifinal, onde no pós-jogo um solitário repórter mexicano fez o goleiro Carlos Moreno ir às lágrimas.

"É complicado, é longe do México (18h de viagem). Sabíamos que o estádio estaria pintado de vermelho. Minha admiração pela torcida do Al Ahly. Que nossa gente se sinta orgulhosa, seja onde estiver, vendo pela televisão, em casa, ou se fizerem um esforço para vir nos ver. Que nossa gente se sinta representada", disse o arqueiro, um dos heróis da classificação e que minimizou o fato de serem "zebras" da competição.

Estamos acostumados. Com muita galhardia, viemos ao campo sem nos importar se não nos colocavam como favoritos. Tínhamos um estádio contra nós, mas somos uma equipe com muita personalidade, humildade, trabalhadora e tentamos jogar bem o futebol. Às vezes não se pode, mas lutamos. Hoje tivemos que lutar com muita valentia e estamos felizes por estar vivendo esse sonho.
Carlos Moreno, goleiro do Pachuca

Idrissi sobre final com Real Madrid: 'Tem que ter fé'

Torcedor solitário do Pachuca em meio ao mar vermelho de torcedores do Al Ahly - X do Pachuca / @Tuzos - X do Pachuca / @Tuzos
Torcedor solitário do Pachuca em meio ao mar vermelho de torcedores do Al Ahly
Imagem: X do Pachuca / @Tuzos

Se o Pachuca já não foi considerado favorito nas quartas e nas semifinais, agora não há nem debate sobre o fato de que eles serão os franco-atiradores na final contra o poderoso Real Madrid.

Sensação da Copa Intercontinental, o marroquino Idrissi, porém, não acredita que o jogo já está resolvido antes de entrar em campo. O meia, em outras palavras, praticamente utilizou a velha expressão de que "o futebol é uma caixinha de surpresas".

Por isso o futebol é muito lindo, porque podem acontecer coisas que não se imaginam antes da partida. Tem que ter fé. Em nossas partidas mostramos que temos fé, estamos sempre lutando. Chegamos com muita fé e estamos muito felizes que ganhamos os dois jogos.
Idrissi

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