São Paulo recalcula rota nos bastidores após polêmicas sobre teto de R$ 350 milhões
Uma reunião realizada nesta sexta-feira, no MorumBis, discutiu o planejamento do São Paulo para 2025. O encontro vem depois de a diretoria ter se reunido com gestores da Galápagos, gestora do fundo de dívida do clube. A preocupação é como será a adequação ao teto de R$ 350 milhões (ou 50% da receita bruta anual, o que for menor), estabelecido para salários, direitos de imagem, encargos e novas contratações por conta do fundo.
Estiveram presentes o presidente Julio Casares e o diretor de futebol Carlos Belmonte. Os dois assinaram, junto do executivo de futebol Rui Costa e do diretor-adjunto Fernando Bracalle Ambrogi, uma nota sobre o encontro com os gestores da Galápagos. O texto afirma que o encontro foi considerado positivo na busca de soluções para o cumprimento do teto.
A publicação do comunicado teve a intenção também de negar a informação do jornalista Paulo Vinícius Coelho, no portal UOL, de que haveria divergências entre integrantes das diretorias são-paulinas quanto às medidas para cumprimento do limite de gastos. Oficialmente, o São Paulo não comenta quais soluções serão adotadas. Belmonte já disse publicamente que há uma meta de redução da folha salarial, hoje em R$ 18 milhões mensais. A meta é cortar R$ 1,5 milhão de cada mês, somando economia de R$ 20 milhões no ano.
A reunião desta sexta-feira foi justamente para realinhar o orçamento de 2025, que será votado na segunda-feira. O clube pretende terminar o ano com superávit, o que também é exigência do fundo. O balanço de 2024 deve apontar déficit, assim como em 2023.
O time ainda não teve reforços apresentados para o próximo ano. Será necessária a contratação de um lateral-esquerdo, para suprir a saída de Welington, e um lateral-direito, já que a situação de Rafinha é incerta. Mesmo diante de uma possível permanência, é possível que o veterano fique apenas até o meio do ano.
O presidente Julio Casares ainda quer um meia de articulação. O técnico Luis Zubeldía falou abertamente no nome de Oscar, que já passou pela base do clube, mas o brasileiro tende a preferir um mercado fora do Brasil após deixar a China depois de quase oito anos. Na lateral-esquerda, o nome é Wendell, em fim de contrato com o Porto.
O Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC) do São Paulo foi aprovado em outubro pelo Conselho Deliberativo do clube. A ideia é ter R$ 400 milhões sob gestão e com o qual o São Paulo pretende quitar dívidas com bancos e instituições financeiras. A captação do São Paulo soma R$ 250 milhões.
Na prática, isso gera menos juros e aumenta o prazo para pagamento a dívida do clube. Segundo o balanço financeiro de 2023, esse tipo de passivo era o maior dos valores a pagar no orçamento são-paulino, chegando a R$ 226 milhões. Isso correspondia a 33% do endividamento total de R$ 666,7 milhões apontado no balanço.