Faltou homenagem do Palmeiras a Dudu? Colunistas opinam sobre despedida
Dudu rescindiu com o Palmeiras e encerrou uma trajetória de mais de dez anos no alviverde. Ao se despedir do atacante, o clube classificou o camisa 7 como "um dos mais vitoriosos jogadores da história" e disse que ele "será eternamente lembrado como um dos símbolos da era vencedora" da equipe.
Apesar da homenagem, ele não teve ainda um momento final com os torcedores. Dudu acabou fazendo seu último jogo com a camisa palmeirense na derrota para o Fluminense, em jogo ocorrido no último domingo (8).
Faltou homenagem? Colunistas do UOL opinam
Luís Rosa: "Para entender um pouco do descaso com o Dudu: na publicação das redes sociais de agradecimento, as marcas da patrocinadora estão maiores que o escudo do Palmeiras. Um jogador com a grandeza dele merece muito mais do que um simples texto. Dudu merecia um jogo de despedida e homenagens dos torcedores com uma grande festa no Allianz Parque. São os tempos das pessoas que comandam o Palmeiras, que só enxergam números em uma relação fria — escancarada na maneira como trata os seus ídolos."
Milton Neves: "O trabalho da atual diretoria palmeirense merece muitos elogios, mas é triste ver como o ídolo tem sido pouco valorizado pelo clube. O pouco caso com Dudu é absurdo e constrangedor. E cito também a 'descontinuação' da Festa de Veteranos, tão tradicional, que teve a sua última edição realizada em 2019. Não valorizar o passado é perder a memória e a própria identidade. O alviverde precisa urgentemente melhorar neste aspecto."
Danilo Lavieri: "Tudo bem Dudu ter rescindido o contrato: ele já não estava mais jogando o seu melhor futebol. Vai ser bom para ele também ir para o Cruzeiro. O problema é o Palmeiras tratar como se a saída dele fosse só mais uma. Ele é ídolo, símbolo da reconstrução e muito maior do que qualquer um que está hoje no elenco."
Perrone: "A permanência do Dudu tornou-se inviável faz tempo. Nesse cenário, o fim da era Dudu poderia ter sido tratado de maneira mais natural e carinhosa — com uma homenagem a ele antes do último jogo no Allianz, por exemplo."
Alicia Klein: "Uma homenagem no Allianz Parque teria sido ideal pela história que ele construiu no clube, mas a decisão pela rescisão não foi tomada a tempo e a relação já vinha esgarçada, desde a tentativa frustrada do jogador de sair na última janela. Dudu fez muito, no passado, pelo clube. No presente, a saída parece ser o melhor caminho para ambos."
Milly Lacombe: "Não aprendemos a dizer adeus, como ensina a sabedoria popular. E o futebol se despede especialmente mal de seus ídolos. A saída de Dudu parece o melhor caminho para ambas as partes, mas isso não deveria ser impeditivo para que aquele que representa uma fase vitoriosa e está associado com a torcida de forma eterna receba a festa que, tanto ele quanto a massa palmeirense talvez merecessem."
Julio Gomes: "Dudu foi maior que o Palmeiras neste ano de fim de linha. A presidente Leila Pereira não aceitou que o jogador não tenha efetivado a saída antes e, claramente, o que vimos depois foram meses de boicote: Leila melindrada e um Abel Ferreira que, ou cumpriu ordens, ou tampouco quis ter o jogador em campo (ou ambos). Se é verdade que Dudu foi quem deu o primeiro passo rumo à saída, o que se viu depois foi muito mais ingratidão por parte da instituição. Mesmo que com sorrisos amarelos, iguais aos que vimos na saída de Gabigol do Flamengo, a dirigente máxima do Palmeiras e outros líderes do clube deveriam ter oferecido uma saída muito mais digna a Dudu do que uma simples montagem em redes sociais."