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Advogado se pronuncia após ex-presidente da Mancha se entregar à polícia

Jorge Luís Sampaio Santos, ex-presidente da Mancha Verde - Instagram/jorgeluismvzs
Jorge Luís Sampaio Santos, ex-presidente da Mancha Verde Imagem: Instagram/jorgeluismvzs
do UOL

Do UOL, em São Paulo

11/12/2024 17h30

O advogado de defesa Bryann Wingester se manifestou sobre o ex-presidente da Mancha, Jorge Luís Sampaio Santos, ter se entregado voluntariamente à polícia nesta quarta (11).

Jorge se apresentou espontaneamente como voto de confiança na Justiça. Vai cooperar com todas as investigações, com a autoridade policial. Reafirmando que precisa que sejam garantidos seus direitos constitucionais, sua segurança, amplo acesso à investigação e ao direito de defesa. É por isso que se entregou Já era uma defesa dele, efetivamos isso. Confiamos na justiça e nas investigações, vamos cooperar à medida que as investigações avançarem. Bryann Wingester, advogado de Jorge

Envolvimento de Jorge no ataque: "Sobre os fatos, não vamos falar neste momento. Precisamos tomar conhecimento da investigação antes. Nos manifestaremos da forma mais clara absolutamente possível na medida que o conhecimento das provas forem levados ao Jorge. No momento, preciso deixar muito claro: Jorge confia na Justiça, nas investigações, e a defesa trabalhará nesta linha."

Próximo passo da defesa: "Vamos aguardar a conclusão das investigações, sendo relatado o inquérito, aí sim poderemos saber efetivamente o que foi apurado até agora, para que então tenhamos os próximos limites de atuação da defesa."

Ter se entregado: "Jorge sempre quis se entregar. Evidentemente que não é uma decisão fácil, envolve a segurança dele e essa é a prioridade. Assumindo a defesa, fizemos isso ser efetivado, por isso que ele se entregou, é um compromisso que tem com a Justiça. Ele nunca teve a ideia de não se entregar."

Ex-presidente da Mancha se entrega

Jorge Luís Sampaio Santos, ex-presidente da Mancha Verde, se entregou à polícia no início da tarde desta quarta (11) em meio às investigações da emboscada contra a Máfia Azul, do Cruzeiro, que deixou um morto e 17 feridas no final de outubro. Ele, que estava há mais de um mês foragido, teve cumprido um mandado de prisão temporária de 30 dias.

Jorge Luís cumpriu sua promessa e se apresentou às autoridades nesta manhã. Em nota pública divulgada no início da semana, ele havia antecipado que se entregaria, embora não tivesse cravado uma data, "apesar de reconhecer a dificuldade dessa decisão" e de ter se declarado inocente de envolvimento no ataque.

Ele compareceu ao prédio do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), no centro de São Paulo, acompanhado de seus advogados. Jorge chegou no local caminhando pela calçada, usando um moletom com capuz e óculos. O torcedor organizado raspou a barba e o bigode e tentou passar despercebido, escondendo o rosto, mas foi flagrado pela reportagem.

jorge - Flavio Latif/UOL - Flavio Latif/UOL
Jorge, ex-presidente da Mancha Verde, na chegada ao DHPP
Imagem: Flavio Latif/UOL

O ex-presidente da Mancha, que renunciou ao cargo no início dessa semana, estava foragido da Justiça desde novembro. A polícia realizou no início do último mês uma operação para cumprir mandado de prisão contra Jorge e outras lideranças da organizada, mas não localizou os alvos. O caso, inicialmente sob responsabilidade da Drade (Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva), agora está com o DHPP.

Ele se entregou 44 dias depois da emboscada organizada por palmeirenses contra torcedores do Cruzeiro em Mairiporã (SP). A investigação policial mapeou que cerca de 150 pessoas participaram do ataque ocorrido na madrugada do dia 27 de outubro, na rodovia Fernão Dias. O reconhecimento de parte deles foi possível por gravações de câmeras de monitoramento e por imagens divulgadas nas redes sociais.

felipe - Reprodução - Reprodução
Felipe Mattos dos Santos, o Fezinho, é vice-presidente da Mancha Verde
Imagem: Reprodução

O vice-presidente da Mancha, Felipe Mattos, também se entregou à polícia e está preso. Fezinho, como era conhecido, também estava foragido e compareceu na unidade policial nesta quarta. Ele foi reconhecido em imagens de câmeras de monitoramento nos arredores do local do ataque, em Mairiporã (SP), usando uma vestimenta camuflada.

O DHPP efetuou a prisão de Felipe Mattos dos Santos, 31 anos, empresário e vice-presidente da torcida organizada Mancha Verde, por força de mandado de prisão temporária de 30 dias, expedido na investigação que apura o homicídio e outros crimes ocorridos na emboscada à torcida organizada do Cruzeiro, Máfia Azul, no km 65 da Rodovia Fernão Dias, município de Mairiporã, no dia 27 de outubro deste ano. A prisão está sendo formalizada na 3ª Delegacia de Polícia de Divisão de Homicídios do DHPP, e será apresentado à Justiça para audiência de custódia e encarceramento provisório. SSP, em nota

A polícia já realizou 15 prisões até o momento. Os dois primeiros suspeitos de envolvimento foram detidos no mês de novembro, com um intervalo de 25 dias entre eles. Na semana passada, mais dez palmeirenses foram presos em nova operação.

Ao se entregar, Jorge atendeu a um apelo do pai. Balbino Santos esteve na delegacia no início de novembro, chorou e disse que teria entregado o filho à polícia se soubesse onde ele estava, embora tenha defendido sua inocência. Em sua carta de renúncia ao cargo na Mancha, Jorge afirmou que queria preservar sua família e se dedicar exclusivamente à sua defesa.

O ex-presidente da Mancha trocou de advogado em meio às investigações. Antes representado no início do caso por Gilberto Quintanilha, que segue sendo o advogado da organizada no caso, ele agora está com o escritório Jacob Alcaraz.

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