Diretor do Atlético-MG admite erros e 'alívio' após escapar de rebaixamento
O diretor de futebol do Atlético-MG, Victor Bagy, fez uma avaliação da dura temporada da equipe mineira nesta segunda-feira. O ex-goleiro admitiu que houve erros ao longo do ano e reconheceu ter sentido alívio por ter escapado do rebaixamento na rodada final do Brasileirão. O Atlético foi vice-campeão da Copa do Brasil e da Copa Libertadores, mas correu risco de queda até o último jogo no Brasileiro.
"Realmente foram dias tensos e intensos. A gente tentando mobilizar os atletas, trabalhar maneiras nas quais os atletas poderiam se sentir confortáveis, jogar de maneira segura de acordo com as suas características. Talvez o Atlético não merecesse chegar a essa final de temporada com esse risco. Por tudo que foi feito, pelo planejamento, por tudo que a gente sabe que é bem feito dentro da instituição", comentou.
O Atlético escapou da queda ao vencer e rebaixar o Athletico-PR, por 1 a 0, no domingo. "Acho que a palavra hoje que define é alívio. Mas, também, de dever cumprido, porque sempre vamos enxergar o copo meio cheio", afirmou.
Para Victor, o maior erro do Atlético na temporada foi não ter tratado o Brasileirão como prioridade. "Tudo é aprendizado. Fica a lição que não se pode deixar de lado do Brasileiro. Não que tenhamos feito isso, mas, talvez, fomos dar conta do Brasileiro quando já estávamos em ponto crítico de pontuação. Fica o aprendizado, mas acredito que foi uma temporada positiva do que foi feito aqui dentro."
Outro erro, na avaliação do diretor de futebol, foi exagerar no número de titulares poupados ao longo da competição de pontos corridos. "Talvez poderíamos ter feito diferente. Poupar, mas com menos jogadores saindo, não poupar 10, 11 jogadores, poupar menos. Fizemos bem isso em 2021, tanto que ganhamos dois campeonatos. Sem apontar culpados, mas é a avaliação que cabe."
Victor admitiu também que as derrotas nas finais da Copa do Brasil e da Libertadores influenciaram diretamente nos tropeços na reta final do Brasileirão. "Com a perda da Copa do Brasil e da Libertadores, a questão anímica teve peso muito grande. Sofremos muito para recuperar a parte anímica. Foram 73 jogos na temporada, acredito que nenhuma equipe no mundo tenha jogado isso. Final de temporada. Fui atleta, os meses de outubro em diante, mentalmente é desgastante. E ainda tem as frustrações de não ter vencido as duas Copas."
O Atlético terminou a temporada sem técnico porque o argentino Gabriel Milito foi demitido após a penúltima rodada do Brasileirão. O interino Lucas Gonçalves comandou a equipe no domingo. "Não posso cravar o nome de treinador. Ficamos muito focados nesse último jogo, que ganhou importância muito grande. Falar de treinador, reposições no mercado, não era o momento certo. Temos alguns nomes, perfis, fizemos contatos e reuniões marcadas para apresentar o projeto", se esquivou Victor.
O diretor, contudo, antecipou o perfil do que vai buscar no mercado. "Perfil de treinador que seja agressivo, goste de jogar para frente, futebol moderno, de muita pressão, futebol protagonista, o Atlético é um clube que tem que ser protagonista. São os pontos que iremos buscar dentro do perfil de treinadores."