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Entenda o cenário dentro do Corinthians após a diretoria apresentar a previsão orçamentária de 2025

Augusto Melo, presidente do Corinthians, em entrevista coletiva.  - Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Augusto Melo, presidente do Corinthians, em entrevista coletiva. Imagem: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

07/12/2024 05h00

A diretoria do Corinthians enviou aos órgãos fiscalizadores do clube, nesta sexta-feira, a previsão orçamentária do ano de 2025. Agora, caberá ao Conselho de Orientação (Cori) e ao Conselho Deliberativo avaliarem os dados e as metas apresentadas pela gestão do presidente Augusto Melo.

O cenário, porém, é de incerteza. Isso porque integrantes do Cori alegam que Augusto demorou para enviar a previsão orçamentária e, portanto, não garantem que conseguirão avaliar os dados apresentados na próxima segunda-feira, data inicial estipulada.

O órgão pode alegar que não teve tempo hábil para avaliar, tirar dúvidas e dar o parecer sobre os números apresentados. A reunião no Conselho Deliberativo sempre ocorre depois da avaliação do Cori, que não tem poder de aprovar ou reprovar as contas, mas sim de emitir um diagnóstico.

Se o Cori não conseguir enviar o parecer a tempo, a reunião do Conselho Deliberativo, agendada para o dia 9, se torna uma grande incógnita, com alta probabilidade de acarretar em mais problemas para Augusto Melo.

Se o Cori conseguir avaliar os números e o encontro no Conselho ocorrer, a tendência é que a previsão orçamentária seja reprovada. O entendimento de conselheiros envolvidos na análise é de que a gestão não entregou documentações necessárias, não atendeu a pedidos de esclarecimentos em reuniões no Parque São Jorge e não detalhou os números.

Por determinação da Lei Geral do Esporte, o orçamento dos clubes deve ser apresentado até o fim da primeira quinzena de dezembro.

Além da reunião para aprovar ou não as contas de 2025, o Conselho vai se reunir até abril para avaliar o orçamento de 2024, em que o clube prevê déficit de R$ 237,8 milhões. De novo, mais do que os números, a ausência de documentos, de explicações e de uma auditoria externa, conforme manda a Lei Geral do Esporte, colocam a gestão em risco.

Alguns conselheiros ouvidos pela reportagem entendem que as promessas feitas por Augusto no período de campanha também podem atrapalhá-lo. O mandatário prometia números impactantes em patrocínio, mas o clube deve fechar 2024 com cerca de R$ 178 milhões nessa área, o que dá algo em torno de R$ 85 milhões a menos do que era previsto.

Caso as contas do clube sejam reprovadas em qualquer uma dessas reuniões, por questão estatutária, Augusto Melo passará por um novo processo de impeachment.

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