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Copa 2026: 'estresse térmico' pode fazer seleções jogarem sob 50ºC

SoFi Stadium foi palco da estreia do Brasil na Copa América e está entre os estádios da Copa 2026 - Rafael Ribeiro/CBF
SoFi Stadium foi palco da estreia do Brasil na Copa América e está entre os estádios da Copa 2026 Imagem: Rafael Ribeiro/CBF
do UOL

Da RFI

07/12/2024 05h30

Um estudo divulgado pela Scientific Reports alerta que as altas temperaturas previstas durante a Copa do Mundo de Futebol de 2026, que será realizada simultaneamente nos Estados Unidos, México e Canadá, podem representar um risco para a saúde dos atletas. Segundo a pesquisa, os termômetros podem se aproximar dos 50°C em alguns locais de competições, criando o que os cientistas chamam de "estresse térmico".

Após uma edição 2022 realizada em dezembro no Catar, a próxima Copa do Mundo de futebol masculino retoma seu calendário habitual, com competições no meio do ano. O próximo Mundial acontece entre 11 de junho de 19 de julho de 2026, em pleno verão no hemisfério norte. Um dos motivos para a mudança de calendário na edição passada eram as altas temperaturas no emirado onde, mesmo com muito ar-condicionado, uma Copa realizada durante o verão às margens do deserto poderia representar um risco para os atletas.

No entanto, especialistas já se questionam sobre o forte calor previsto também durante o próximo evento. Espera-se que dez das 16 cidades que sediarão a competição nos Estados Unidos, Canadá e México poderão registrar temperaturas superiores a 46°C. Os locais mais expostos são Arlington e Houston, no Texas, e Monterrey, no México, onde os termômetros podem chegar aos 49,5ºC entre 14h e 17h.

Os jogadores de futebol estarão expostos a um "risco muito alto de 'estresse térmico' por calor extremo" nessas dez cidades, alertou o estudo da Scientific Reports, uma revista publicada pelo Nature Group. Segundo as previsões, apenas seis estádios da competição não seriam afetados por esses extremos: Toronto e Vancouver, no Canadá, Tlalpan, no México, e Seattle, Boston e Santa Clara, nos Estados Unidos.

Diante desses dados alarmantes, os cientistas propõem que as partidas sejam remarcadas para outros horários do dia. O objetivo é evitar o chamado "estresse térmico", que pode se manifestar por desidratação e cansaço extremo. O calor em excesso durante um jogo de futebol também pode provocar dores de cabeça, vômitos e câimbras musculares nos atletas.

Atletas podem perder 1,5 kg por hora

Nos estádios de Arlington, Houston e Monterrey, os jogadores também podem perder mais de 1,5 kg de suor por hora, com a desidratação extrema afetando a capacidade de desempenho em campo. Os jogadores de futebol terão ainda que se aclimatar à altitude nos estádios mexicanos de Guadalajara (1.570 metros) e Tlalpan (2.240 metros).

A Copa de 2026 será um novo teste para a FIFA diante dos fenômenos de mudanças climáticas, com temperaturas cada vez mais elevadas. Principalmente porque a instituição já prevê as duas próximas edições do evento em zonas quentes do globo: 2030 entre Espanha, Portugal e Marrocos, e 2034 na Arábia Saudita.

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